O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou no início de março a intenção de reconhecer o Estado palestiniano e divulgou na sexta-feira uma declaração conjunta com os homólogos de Irlanda, Malta e Eslovénia nesse sentido.
"Este reconhecimento, após o massacre de 7 de outubro, envia uma mensagem ao Hamas e a outras organizações terroristas palestinianas de que os ataques terroristas assassinos contra os israelitas serão retribuídos com gestos políticos para com os palestinianos", afirmou o Governo israelita.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Lior Haiat, disse num comunicado que a intenção de Sánchez e a declaração de Espanha, Malta, Eslovénia e Irlanda "constituem uma recompensa para o terrorismo".
"A única forma de combater o terrorismo palestiniano é condenar inequivocamente o Hamas", afirmou Haiat, citado pela agência espanhola EFE.
O porta-voz acusou o Hamas de ter cometido em 7 de outubro "crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes sexuais".
Referiu também que os países em causa devem "exigir explicitamente a libertação de todos os reféns" do Hamas.
"A resolução do conflito só será possível através de negociações diretas entre as partes", disse.
O porta-voz acrescentou que a intenção de reconhecimento da Palestina "apenas afasta a obtenção de uma resolução e aumenta a instabilidade regional".
Dez países da União Europeia (UE) já reconhecem o Estado palestiniano: Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Eslováquia, Hungria e Suécia.
Treze outros países têm uma representação diplomática em Jerusalém Oriental ou Ramallah, incluindo Espanha.
Desde o início da guerra em Gaza, mais de 32 mil pessoas morreram em consequência da ofensiva israelita no enclave palestiniano, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, em 7 outubro, que causou cerca de 1.200 mortos, com os militantes do grupo islamita a fazerem ainda mais de duas centenas de reféns.
Leia Também: Guterres pede ao Conselho de Segurança que aprove cessar-fogo em Gaza