Coreia do Norte rejeitará qualquer contacto ou negociação com o Japão

A irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Yo-jong, anunciou hoje que Pyongyang rejeitará "qualquer contacto ou negociação" com Tóquio, um dia após o primeiro-ministro japonês ter alegadamente solicitado uma cimeira com Kim Jong-un.

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© Korea Summit Press Pool/Getty Images

Lusa
26/03/2024 11:18 ‧ 26/03/2024 por Lusa

Mundo

Coreia do Norte

"O nosso Governo compreendeu claramente, mais uma vez, a atitude do Japão. Concluímos que não levaremos em conta e recusaremos qualquer contacto ou negociações com o lado japonês", disse Kim Yo-jong num comunicado divulgado pela agência de notícias norte-coreana KCNA.

Na segunda-feira, numa nota divulgada pela KCNA, Kim Yo-jong assegurou que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, havia solicitado a realização de uma cimeira com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

A influente política norte-corena julgou, no entanto, que tal reunião era improvável sem uma mudança da política praticada por Tóquio.

Hoje, Kim Yo-jong denunciou a falta de "coragem" do Japão para abrir "novas" relações com a Coreia do Norte, dizendo que uma possível cimeira "não teria interesse".

Kishida declarou, na segunda-feira, que não tinha conhecimento da existência de um comunicado de imprensa da KCNA sobre um pedido de reunião da sua parte com o líder norte-coreano.

No entanto, o primeiro-ministro japonês sublinhou que "para as relações entre o Japão e a Coreia do Norte é importante haver discussões de topo, para resolver disputas como a dos raptos" de cidadãos japoneses por Pyongyang nas décadas de 1970 e 1980.

Em 2023, Kishida manifestou o desejo de se encontrar com Kim Jong-un "sem condições", garantindo que Tóquio tinha o desejo de resolver todos os problemas, como o dos sequestros que continua a ser uma ferida profunda para os japoneses.

As relações ainda estão tensas entre os dois países, que não possuem laços diplomáticos formais.

Kim Yo-jong alertou que se o Japão continuasse "absorvido pelo problema dos sequestros, que já não tem uma solução", o alívio das tensões desejado por Fumio Kishida não se concretizaria.

Pyongyang admitiu, em 2002, o sequestro de 13 japoneses nas décadas de 1970 e 1980 para treinar os seus espias na língua e cultura japonesas. Um mês depois destas confissões, cinco pessoas foram autorizados a regressar ao Japão.

Entretanto, Tóquio apresenta uma lista de pelo menos 17 sequestrados e suspeita que dezenas de outros desaparecimentos tenham sido provocados pelos serviços norte-coreanos.

Leia Também: Coreia do Norte diz que Japão propôs cimeira com Kim Jong-un

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