"O nosso Governo compreendeu claramente, mais uma vez, a atitude do Japão. Concluímos que não levaremos em conta e recusaremos qualquer contacto ou negociações com o lado japonês", disse Kim Yo-jong num comunicado divulgado pela agência de notícias norte-coreana KCNA.
Na segunda-feira, numa nota divulgada pela KCNA, Kim Yo-jong assegurou que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, havia solicitado a realização de uma cimeira com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
A influente política norte-corena julgou, no entanto, que tal reunião era improvável sem uma mudança da política praticada por Tóquio.
Hoje, Kim Yo-jong denunciou a falta de "coragem" do Japão para abrir "novas" relações com a Coreia do Norte, dizendo que uma possível cimeira "não teria interesse".
Kishida declarou, na segunda-feira, que não tinha conhecimento da existência de um comunicado de imprensa da KCNA sobre um pedido de reunião da sua parte com o líder norte-coreano.
No entanto, o primeiro-ministro japonês sublinhou que "para as relações entre o Japão e a Coreia do Norte é importante haver discussões de topo, para resolver disputas como a dos raptos" de cidadãos japoneses por Pyongyang nas décadas de 1970 e 1980.
Em 2023, Kishida manifestou o desejo de se encontrar com Kim Jong-un "sem condições", garantindo que Tóquio tinha o desejo de resolver todos os problemas, como o dos sequestros que continua a ser uma ferida profunda para os japoneses.
As relações ainda estão tensas entre os dois países, que não possuem laços diplomáticos formais.
Kim Yo-jong alertou que se o Japão continuasse "absorvido pelo problema dos sequestros, que já não tem uma solução", o alívio das tensões desejado por Fumio Kishida não se concretizaria.
Pyongyang admitiu, em 2002, o sequestro de 13 japoneses nas décadas de 1970 e 1980 para treinar os seus espias na língua e cultura japonesas. Um mês depois destas confissões, cinco pessoas foram autorizados a regressar ao Japão.
Entretanto, Tóquio apresenta uma lista de pelo menos 17 sequestrados e suspeita que dezenas de outros desaparecimentos tenham sido provocados pelos serviços norte-coreanos.
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