Amit Soussana, uma advogada israelita de 40 anos, foi sequestrada na sua casa no Kibutz Kfar Aza em 07 de outubro, durante o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas no sul de Israel, segundo a agência de notícias AFP.
Numa longa entrevista ao jornal norte-americano New York Times, que a apresenta como a primeira israelita a falar publicamente sobre as agressões sexuais sofridas no cativeiro, a advogada falou com detalhes sobre a violência sexual e as humilhações sofridas.
A entrevista está hoje nas primeiras páginas dos jornais diários israelitas, alguns dos quais lhe dedicaram várias páginas, de acordo com a AFP.
"Este é um testemunho horrível, é um alerta, um apelo ao mundo para agir, para fazer tudo o que estiver ao alcance e pressionar o Hamas para libertar os nossos reféns", disse na terça-feira o porta-voz do exército israelita, contra-almirante Daniel Hagari.
"Amit Soussana fala em nome de todas as vítimas dos crimes abjetos e das agressões sexuais do Hamas, (...) de todas as mulheres ao redor do mundo", acrescentou o presidente israelita, Isaac Herzog, na rede social X.
A advogada israelita afirmou que foi raptada da sua casa, espancada e arrastada para Gaza por pelo menos dez homens, alguns deles armados.
Após vários dias no cativeiro, segundo Amit Soussana, um sequestrador começou a fazer perguntas sobre a sua vida sexual. A advogada israelita foi mantida sozinha no quarto de uma criança, com o tornozelo esquerdo acorrentado.
Por volta de 24 de outubro, o seu carcereiro, que se autodenominava Muhammad, retirou-lhe a corrente e deixou-a numa casa de banho. Mais tarde, arrastou-a sob a mira de uma arma para uma sala, "depois forçou-me, com a arma apontada para mim, a cometer um ato sexual", acrescentou a advogada, que foi libertada em 30 de novembro.
Cerca de 250 pessoas foram raptadas em 07 de outubro em Israel e 130 destas ainda são reféns em Gaza, das quais 34 estão mortas, segundo as autoridades israelitas.
Um relatório da ONU publicado no início de março referiu que membros do Hamas cometeram violência sexual durante o ataque de 07 de outubro. Estas acusações foram negadas pelo grupo islamita.
A guerra de Israel contra o Hamas foi desencadeada após os ataques do movimento islamita palestiniano em solo israelita de 07 de outubro de 2023, em que foram mortas cerca de 1.200 pessoas e raptadas mais de duas centenas.
Segundo números das autoridades de saúde controladas pelo Hamas, a retaliação israelita já fez mais de 32.000 mortos na Faixa de Gaza.
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