"Embora Israel tenha mostrado flexibilidade nas suas posições durante as negociações, o Hamas as endureceu", disse Netanyahu numa conferência de imprensa.
Entretanto, o governante israelita, de 74 anos, será operado hoje a uma hérnia.
Horas antes destas declarações de Netanyahu, um responsável do Hamas tinha afirmado que as posições do seu movimento e de Israel quanto ao conflito na Faixa de Gaza continuavam "demasiado distantes" para se poder esperar um avanço nas negociações com vista a uma trégua.
"Duvido que haja progressos nestas negociações, porque as posições estão demasiado afastadas", disse este responsável à agência France Presse (AFP), sob condição de anonimato.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 32 mil mortos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.
Nas mesmas declarações públicas, Benjamin Netanyahu esclareceu ainda que os atrasos no início da ofensiva militar em grande escala na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, não se devem a pressões dos Estados Unidos, ao Ramadão (mês sagrado muçulmano) ou a qualquer "hesitação".
"Temos de fazer alguns preparativos. Não demorará muito. Nada nos impedirá, nem mesmo a pressão dos Estados Unidos", disse Netanyahu em Jerusalém, pouco antes de ser submetido à cirurgia.
Em particular, Netanyahu referiu-se à abstenção norte-americana que permitiu a aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU a apelar a um cessar-fogo em Gaza.
"Não aprecio a decisão do Conselho de Segurança. Acho que é uma decisão lamentável (...). Por isso pensei que deveria enviar uma mensagem clara sobre isso", declarou.
"Lutaremos com as próprias unhas se for preciso", asseverou.
O chefe de Governo sublinhou que os militares israelitas vão entrar em Rafah e vão retirar a população civil e distribuir ajuda humanitária.
"É o correto a nível operacional e internacional. Leva tempo, mas vai ser feito", sublinhou.
[Notícia atualizada às 20h55]
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