"A realização das eleições municipais com calma e profissionalismo honra a Turquia e demonstra o compromisso dos cidadãos com a democracia local", sublinhou Josep Borrell numa mensagem na rede social X.
O alto representante da UE para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, Josep Borrell, frisou ainda que "os direitos fundamentais e a democracia estão no centro" das relações entre a comunidade e a Turquia.
"Esperamos trabalhar juntos em reformas que nos aproximem da UE", acrescentou.
As negociações entre a União Europeia e a Turquia, candidata à adesão desde 1999, estão congeladas desde 2018.
A UE procura agora um diálogo de alto nível com Ancara e melhorar a cooperação em assuntos de interesse comum, como a migração, energia ou comércio.
O Conselho Supremo Eleitoral da Turquia confirmou hoje a vitória do Partido Republicano do Povo (CHP, oposição) nas municipais de domingo, com uma vantagem de pouco mais de dois pontos face ao Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder).
O presidente do Conselho, Ahmet Yener, indicou que o CHP se impôs em 35 províncias, com vitórias decisivas em Ancara e Istambul, enquanto o AKP, do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, garantiu 24 regiões, apesar de conservar o poder em 324 câmaras municipais, mais que o seu rival direto.
O Partido da Igualdade e Democracia (DEM), herdeiro da formação de esquerda e pró-curda Partido Democrático dos Povos (HDP) garantiu a sua capacidade de mobilização e nas regiões de maioria curda obteve dez províncias, segundo os resultados provisórios.
O ultra-direitista Partido de Ação Nacionalista (MHP), aliado de Erdogan, impôs-se em dez províncias, após uma queda eleitoral que segundo o seu líder, Devlet Bahçeli, deverá implicar uma reflexão.
O presidente da comissão eleitoral sublinhou na sua mensagem de hoje que "as eleições terminaram sem problemas", com uma taxa de participação de 78.11%, mas longe dos 84% registados nas municipais de 2019 e nas presidenciais e legislativas de 2023.
O líder do CHP, Ozgur Ozel, identificou a "histórica" votação de domingo como o início de uma mudança política na Turquia, enquanto Erdogan se comprometeu no seu primeiro discurso, pronunciado de madrugada, a "identificar os motivos" destes resultados e "corrigir erros".
O ministro das Finanças turco, Mehmet Simsek, considerou nas redes sociais que o Governo não prevê alterações ao roteiro económico definido em setembro e que inclui medidas como o controlo das despesas ou cortes no crédito. O "principal objetivo" consiste em reduzir a taxa de inflação, que em março disparou acima dos 67%, para abaixo dos 10%.
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