Na capital belga, Josep Borrell e Dmytro Kuleba discutiram os últimos desenvolvimentos na guerra na Ucrânia, incluindo os recentes ataques maciços russos às infraestruturas energéticas ucranianas, indicou o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) em comunicado.
O chefe da diplomacia europeia sublinhou que estes "ataques bárbaros apenas reforçam a determinação da UE em aumentar o seu apoio à Ucrânia" e salientou que "a UE e os Estados-membros farão mais e mais rapidamente para apoiar militarmente o país".
Este apoio será prestado através do fornecimento de munições e do Fundo de Assistência à Ucrânia, recentemente acordado em cinco mil milhões de euros para este ano, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz.
Kuleba agradeceu a Borrell por "todos os esforços para conseguir mais apoio da UE para a Ucrânia" e, em particular, "a disponibilidade para intensificar os esforços para encontrar sistemas [de defesa antimísseis] 'Patriot' disponíveis".
Na sua conta oficial na rede social X, Kuleba afirmou que Borrell o informou sobre a situação atual das entregas de munições de artilharia da UE a Kyiv e discutiu formas de as acelerar.
De acordo com o chefe da diplomacia ucraniana, outra questão debatida foi "o próximo pacote de sanções da UE, que deverá exercer mais pressão sobre a Rússia".
Borrell convidou Kuleba a participar no próximo Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, em 22 de abril, no Luxemburgo, juntamente com o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, para debater as necessidades da Ucrânia e coordenar melhor o apoio da UE e dos Estados-membros.
O alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança convidou também a Ucrânia a coorganizar o Fórum Industrial de Defesa UE-Ucrânia, a 06 de maio, em Bruxelas.
O objetivo do Fórum das Indústrias de Defesa UE-Ucrânia é "aumentar a produção industrial de defesa na Ucrânia e em toda a Europa", afirmou Kuleba.
Por último, Borrell reiterou a Kuleba o apoio da UE à Fórmula de Paz para a Ucrânia, considerada "a única base abrangente para uma paz justa em conformidade com a Carta das Nações Unidas", e à realização de uma Cimeira de Paz com uma ampla participação internacional.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontam-se com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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