De acordo com um comunicado do coletivo, cerca de 100 ativistas estão envolvidos na ação contra a central explorada pela empresa de energia Uniper, para protestar contra o impacto do consumo de carvão no ambiente e nas comunidades indígenas.
A polícia está no local, mas ainda não interveio.
Segundo um porta-voz do Ende Gelände, Jule Fink, a central de Scholven emite cerca de 20.000 toneladas de dióxido de carbono por dia, contribuindo assim de forma "significativa" para o aquecimento global que, por sua vez, está a tornar inabitáveis muitas regiões do mundo.
O grupo destaca, em particular, o impacto da extração de carvão nas comunidades indígenas, como os Wayú e os Yupka, na Colômbia, e sublinhou que neste país latino-americano 60.000 pessoas foram deslocadas por este motivo e 2.600 foram mortas.
"Há décadas que lutamos contra as empresas multinacionais que vêm com promessas de desenvolvimento e nos deixam apenas desigualdade, injustiça, deslocação e destruição ambiental", disse María Fernanda Becerra Muñoz, do coletivo afro-colombiano Mujeres Guerreras.
"É um carvão manchado de sangue e que traz consigo danos irreparáveis aos ecossistemas e que destruiu as estruturas sociais de muitas comunidades", acrescentou.
Em resposta à crise energética desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o Governo alemão tomou a decisão, em 2022, de reconectar à rede 14 centrais termoelétricas a carvão que tinham passado à reserva ou que iam ser desligadas, incluindo a de Scholven.
Esta medida aumentou as importações de carvão da Colômbia, entre outros países.
A Alemanha comprometeu-se a abandonar a utilização de carvão até 2038.
Leia Também: Médicos e polícia pedem passo atrás na legalização de canábis na Alemanha