Martin Griffiths condenou igualmente o facto de, apesar da "indignação mundial", "tão pouco ter sido feito para pôr termo a esta situação, deixando o caminho aberto a esta impunidade".
"Para o povo de Gaza, os últimos seis meses de guerra só trouxeram morte, devastação e, agora, a perspetiva iminente de uma fome vergonhosa, provocada pelo homem", afirmou, numa declaração escrita a partir de Nova Iorque, na véspera de se completarem seis meses de guerra.
Lançada a 07 de outubro por um ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, a ofensiva militar israelita não tem parado, tendo até agora ceifado mais de 33.000 vidas, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano, e provocado uma catástrofe humanitária, com a maioria dos 2,4 milhões de habitantes ameaçados de fome, segundo a ONU.
Segundo o responsável britânico, "ninguém está seguro, não há sítio para onde ir para se proteger".
O alto dirigente da ONU alertou ainda que "estes seis meses de guerra não devem ser apenas um momento de recordação e de luto, devem também provocar uma reação coletiva para garantir que se prestam contas por esta traição à humanidade".
Há duas semanas, no final de março, Martin Griffiths anunciou a sua demissão "por motivos de saúde" do seu cargo de Subsecretário-Geral para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência das Nações Unidas. Deveria permanecer no seu cargo até junho.
Durante os últimos meses, o responsável apelou incessantemente à entrada de ajuda humanitária em Gaza, denunciando as obstruções das autoridades israelitas.
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