Numa entrevista hoje na televisão ucraniana, Zelensky afirmou que tem estado em diálogo com a Rada Suprema (parlamento) para que aprove a lei nos próximos dias, ao fim de quatro meses de debate.
"Não podem continuar a limar a lei, devem encará-la de forma realista. É preciso uma lei que funcione", disse o Presidente ucraniano, referindo-se à lei que redefine as exceções ao serviço militar e tornará o processo de mobilização mais eficaz, numa altura em que a Ucrânia precisa de novos recrutas.
Zelensky afirmou que se a lei não fora aprovada, "será o parlamento e não os militares a arcar com a responsabilidade de conseguir que o país tenha capacidade para ter reservas suficientes nas Forças Armadas".
O presidente da Ucrânia lembrou ainda que a demora em aprovar a lei fez com que a questão da mobilização fosse usada em campanhas russas de desinformação, dando ideia de que os ucranianos não querem defender o seu próprio país.
"Se não salvarmos a Ucrânia, nenhum político terá futuro", alertou.
O recrutamento militar tem sido alvo de grandes discussões nos últimos meses na Ucrânia, levando vários setores da oposição a discordar da repressão prevista em algumas das suas normas e juristas a alertar inclusive para o risco de incompatibilidades com a Constituição.
O Exército ucraniano sofreu numerosas perdas desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, mas a sua real extensão é desconhecida, apesar de Zelensky ter admitido 31 mil baixas até ao final do ano passado.
Na terça-feira, o Presidente ucraniano promulgou uma lei para reduzir a idade de mobilização militar de 27 para 25 anos, uma medida que visa colmatar a falta de efetivos para combater a invasão russa.
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