O porta-voz do Ministério das Telecomunicações e Tecnologia, Enayatullah Alokozai, citado pela agência de notícias EFE, disse que "está a ser trabalhada a metodologia" para restringir a utilização da rede social, embora tenha acrescentado que o acesso não será completamente bloqueado.
"A política do Facebook vai contra a política dos Emirados Islâmicos (como os talibãs se autodenominam) e impôs a proibição de expressão do governo", disse.
"Quando o governo de um país não pode tirar partido dos benefícios de uma plataforma, a plataforma pode não ser eficiente", acrescentou o porta-voz.
Estas restrições incluirão "a filtragem de conteúdos que vão contra a cultura e crenças religiosas", apontou ainda.
O governo talibã também está preocupado com a quantidade de tempo que os jovens passam no Facebook, o que "cria uma barreira à sua educação e, por outro lado, deparam-se com conteúdos que vão contra as crenças e culturas da sociedade", disse Alokozai.
O ministro das Telecomunicações e da Tecnologia dos Talibãs, Najibullah Haqqani, disse no sábado, numa entrevista ao canal de notícias TOLO que a filtragem do Facebook é uma resposta a questões "pouco éticas" que têm vindo a permear a sociedade.
O regresso ao poder dos talibãs, em agosto de 2021, desprezou os direitos humanos, sobretudo das mulheres, e a liberdade de expressão no Afeganistão, um país que já era considerado um dos mais perigosos do mundo para os profissionais da comunicação social, segundo várias organizações locais e internacionais.
Atualmente, e segundo disse à EFE a ativista afegã Nahid Noori , o Facebook "é o único canal" onde podem falar dos seus direitos, lembrando que "os talibãs querem esconder a sua opressão, corrupção e injustiça, primeiro restringiram os meios de comunicação social e agora querem restringir as redes sociais próximas".
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