Marcos, que deverá deslocar-se a Washington esta semana para se encontrar com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com o seu homólogo japonês, Fumio Kishida, na quinta-feira, para a sua primeira cimeira trilateral, disse num discurso transmitido pela televisão que esgotaria todas as opções possíveis para evitar confrontos.
Os três líderes deverão discutir na quinta-feira a disputa territorial entre Pequim e vários países do sudeste asiático, incluindo as Filipinas, sobre o controlo de ilhas e atóis no Mar do Sul da China.
De acordo com a Voz da América, o embaixador das Filipinas nos Estados Unidos, José Manuel Romualdez, indicou que Manila está a tentar avançar para a assinatura de um tratado de cooperação marítima trilateral com o Japão e os Estados Unidos, que incluiria patrulhas conjuntas no Mar do Sul da China, o que deve aumentar as tensões com Pequim.
As declarações de Marcos Jr. surgem na sequência de exercícios conjuntos realizados no domingo por navios das Forças Armadas das Filipinas, dos EUA, da Austrália e do Japão em águas ao largo da costa de Manila, com o objetivo de "apoiar um Indo-Pacífico livre e aberto".
Pequim e Manila disputam a soberania de várias ilhas e atóis no Mar do Sul da China, que a China reivindica quase inteiramente por "razões históricas", embora o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia tenha decidido em 2016 a favor de Manila, numa decisão que o Governo chinês rejeitou.
O incidente mais grave das últimas semanas entre os dois países ocorreu a 24 de março, quando navios chineses assediaram e dispararam um canhão de água contra um navio de abastecimento filipino que transportava mantimentos para uma guarnição militar no Atol de Segundo Tomé, ocupado por Manila e reivindicado por Pequim.
Para além destes dois países, o Vietname, Malásia, Taiwan e Brunei reivindicam parte deste mar estratégico, através do qual circulam cerca de 30% do comércio mundial e onde se encontram importantes jazidas de petróleo e gás.
Marcos Jr. reforçou os laços com os Estados Unidos desde que chegou ao poder em junho de 2022, em contraste com a viragem para a China empreendida pelo seu antecessor, Rodrigo Duterte, que manteve um acordo informal com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para evitar confrontos navais nas águas disputadas.
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