"Urge que esta conferência seja um catalisador de compromissos, com ações concertadas a nível local, nacional e internacional e com medidas tangíveis que propiciem a salvaguarda e o desenvolvimento sustentável dos oceanos", disse o chefe de Estado cabo-verdiano.
José Maria Neves sublinhou as "múltiplas adversidades" que assolam os mares e oceanos, como as mudanças climáticas, poluição e perda de biodiversidade, passando pela pesca ilegal, migrações, tráfico de pessoas, de estupefacientes e armas, até a pirataria e terrorismo.
"As parcerias assumem uma preponderância ímpar, requerendo uma abordagem multilateral que fomente, não só a partilha de conhecimento e as melhores práticas, mas também de tecnologia e financiamento. O repto a que temos de responder nesta conferência é o de sabermos se estamos ou não apetrechados com as respostas adequadas", referiu.
Entre as ações necessárias defendeu a promoção de uma literacia oceânica inclusiva e holística, incluindo educação, formação, cultura, ciência e ambiente para assegurar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas até 2030.
José Maria Neves destacou ainda que Cabo Verde, "consciente de que o mar é a sua maior riqueza natural, têm-se empenhado, incansavelmente", na promoção de uma governança oceânica eficaz e na gestão sustentável dos seus vastos recursos marinhos.
"Temos, neste domínio, adotado uma abordagem holística ambiciosa e ancorada no conhecimento científico, com o desígnio de proteger o mar e os seus recursos e garantir um crescimento inclusivo e ambientalmente sustentável", referiu.
O chefe de Estado acrescentou que do mar se pode "produzir energia e água, criar indústrias alimentares e farmacêuticas, desenvolver os desportos náuticos e aquáticos, assim como o ensino superior, a ciência e inovação" e lembrou que aproximadamente 7% do mar territorial cabo-verdiano foi designado como área marinha protegida, "demonstrando um compromisso firme com a conservação da biodiversidade marinha".
O Presidente de Cabo Verde foi nomeado "patrono" da Aliança da Década dos Oceanos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco, na sigla em inglês), em 2023.
Leia Também: Bestfly quer voltar a voar em Cabo Verde brevemente