Num vídeo divulgado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, disse que Telavive "trabalhou com países e organizações internacionais de todo o mundo para gerar novas e melhores medidas para aumentar o fluxo de ajuda por terra, mar e ar aos civis de Gaza", submetidos a uma ofensiva militar há mais de seis meses.
"Israel continua a facilitar a entrada de ajuda humanitária em Gaza e está a encontrar novas formas de aumentar esses esforços", disse, antes de sublinhar que "as novas medidas permitirão que mais ajuda e camiões destinados a Gaza entrem a partir do estrangeiro.
Uma das passagens terrestres, acrescentou, poderá ser na fronteira com a Jordânia, através da qual se espera que passem 50 camiões de ajuda por dia.
"Trabalhámos com parceiros internacionais para entregar mais ajuda através do mar, a partir do porto de Ashdod, de onde será transferida para Gaza", disse Hagari, referindo que Israel "está a construir a travessia do norte como uma nova passagem de Israel para o norte de Gaza, para permitir que mais ajuda chegue diretamente aos civis em áreas onde tem havido problemas de acesso de camiões".
Esta combinação de novas medidas significa que a média diária de camiões de alimentos, água, medicamentos e abrigos que chegam a Gaza "deverá aumentar gradualmente de 350 para cerca de 500 por dia", afirmou o porta-voz militar israelita, que desdramatizou as queixas da ONU e de várias organizações não-governamentais devido às restrições impostas às entregas de ajuda.
"Todos estes esforços devem-se a uma coordenação estreita com os parceiros internacionais e as organizações humanitárias para maximizar os nossos esforços humanitários combinados", afirmou, referindo que Israel está a cooperar com o Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) "para construir um porto flutuante temporário na costa da Faixa de Gaza para permitir que a ajuda chegue a Gaza diretamente por mar".
"Estes esforços humanitários demonstram a profundidade da parceria estratégica entre Israel e os Estados Unidos e os valores partilhados pelas nossas nações", disse Hagari, acrescentando que "os lançamentos aéreos de ajuda a Gaza também continuam", com "mais de 3.600 pacotes de alimentos e bens essenciais coordenados em 62 operações de lançamentos aéreos por vários países" até à data.
Hagari afirmou que desde 07 de outubro, dia em que o Hamas fez um ataque a Israel sem precedentes (causando cerca de 1.200 mortos e sequestrando cerca de 240 pessoas), as FDI "têm lutado contra a organização terrorista em Gaza, onde o movimento islamita continua a manter 133 reféns e a utilizar habitantes da cidade como 'escudos humanos'".
O porta-voz militar argumentou ainda que "a coordenação" para entregar ajuda à Faixa de Gaza "é complicada, e ainda mais complicada pelo fogo do Hamas, incluindo contra comboios [humanitários]".
O exército israelita iniciou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza em resposta aos ataques realizados em 07 de outubro pelo Hamas, no sul de Israel.
Desde então, as autoridades do Hamas relataram a morte de mais de 33.400 pessoas, incluindo cerca de 450 palestinianos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, devido às ações das forças de segurança e dos colonos israelitas.
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