Hamas e Jihad Islâmica aprovam acordo de cessar-fogo com Israel

O movimento islamista Hamas e o grupo Jihad Islâmica aprovaram o acordo para um cessar-fogo com Israel e a libertação de reféns israelitas na Faixa de Gaza, disseram à agência France-Presse duas fontes palestinianas próximas das negociações.

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Lusa
15/01/2025 14:56 ‧ há 2 horas por Lusa

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"Os grupos da resistência chegaram a um acordo entre si e informaram os mediadores sobre a sua aprovação do acordo de troca [de reféns na Faixa de Gaza por prisioneiros palestinianos] e sobre o cessar-fogo", declarou uma das fontes por telefone a partir do Cairo.

 

Outra fonte palestiniana próxima das negociações confirmou à France-Presse estas declarações, também sob condição de anonimato.

Poucos dias antes do regresso do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, à Casa Branca, intensificaram-se discussões indiretas com vista a uma trégua associada à libertação de reféns mantidos em território palestiniano desde o ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023.

O Qatar, principal mediador com os Estados Unidos e o Egito, disse na terça-feira que as negociações estavam "na fase final" e que os "principais problemas" haviam sido resolvidos, esperando um acordo "muito em breve".

Segundo duas fontes próximas do Hamas, deverão ser libertados 33 reféns durante a primeira fase, em troca de mil palestinianos detidos por Israel. Os reféns seriam libertados "em grupos, começando pelas crianças e mulheres".

O Governo israelita confirmou na terça-feira a libertação desse número de reféns e estava preparado para libertar "centenas" de prisioneiros palestinianos.

Uma autoridade israelita disse na terça-feira que as negociações para a segunda fase do acordo começariam no 16º dia após o início da primeira fase.

Esta segunda fase diria respeito à libertação dos últimos reféns, "que são soldados e homens em idade de serem mobilizados", bem como ao regresso dos corpos dos raptados que morreram, segundo o jornal Times of Israel.

Entretanto, uma autoridade israelita disse na terça-feira que Israel não deixaria "Gaza até que todas as vítimas regressassem, os vivos e os mortos".

Segundo os meios de comunicação israelitas, Israel poderá manter uma "zona tampão" de norte a sul da Faixa de Gaza durante a primeira fase.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, propôs na terça-feira o envio de uma força de segurança internacional para Gaza e a transferência do território sob a responsabilidade da ONU. Referiu ainda que a Autoridade Palestiniana, que tem autoridade administrativa parcial na Cisjordânia ocupada, deverá no futuro retomar o controlo de Gaza.

O primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Mustafa, afirmou que a comunidade internacional deve manter a pressão sobre Israel para que aceite a criação de um Estado palestiniano após uma trégua.

Israel "deve compreender o que é justo e o que é injusto, e que o poder de vetar a paz e o Estado palestiniano deixará de ser aceite ou tolerado", afirmou Mustafa.

Das 251 pessoas raptadas pelo Hamas e aliados no ataque de 07 de outubro de 2023 a Israel, 94 continuam reféns em Gaza, 34 das quais estão mortas, segundo o exército israelita.

O ataque resultou na morte de 1.210 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com um levantamento da France Presse baseada em dados oficiais.

Pelo menos 46.707 pessoas, a maioria civis, foram mortas na campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pelas Nações Unidas.

[Notícia atualizada às 15h50]

Leia Também: Ex-ministro israelita pede acordo em Gaza ao lado de familiares de reféns

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