Zuma, de 81 anos, falava após comparecer no Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo, que adiou para 6 de agosto uma decisão sobre a ação judicial particular, que interpôs desde o ano passado contra o atual chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa.
Zuma recorreu ao tribunal em Joanesburgo, a capital económica do país, após acusar o Presidente da República de não ter agido quando o informou sobre uma suposta má conduta do procurador público Billy Downer, que pretende afastar do processo judicial público que enfrenta há 20 anos no caso de suborno e alegada corrupção pública na compra de armamento em 1999 pela África do Sul democrática pós-'apartheid' quando era vice-presidente da República.
"O senhor Ramaphosa não respeita a lei porque não vai a tribunal, apesar de ter um processo contra ele", afirmou Zuma, citado pela imprensa sul-africana, quando se dirigia a simpatizantes partidários.
Na ótica do ex-Presidente Zuma, que governou a África do Sul entre 2009 e 2018, a liderança do seu sucessor "é um problema" para o país.
"Este líder é um problema. Desde que assumiu o cargo, tivemos problemas. Tínhamos resolvido o problema da [falta] eletricidade, mas agora estamos sob constante redução de carga [termo local para apagão]", declarou, acrescentando que decidiu criar a nova formação política uMkhonto weSizwe (MKP) para "salvar a nação" do "ANC de Ramaphosa".
O ex-Presidente sul-africano, que assumiu recentemente a sua dissidência do antigo movimento nacionalista africano, no qual militou desde os anos 1960, preconizou que no próximo mês de agosto o MKP "estará no comando da nação".
Sobre a recente decisão da Comissão Eleitoral Independente (IEC, na sigla em inglês) de desqualificar a sua candidatura, posteriormente revertida pelo tribunal eleitoral, Zuma questionou: "Desde quando é que o IEC se imiscui na política?". E salientou que "o papel da comissão eleitoral é ajudar os cidadãos a votar".
"Quem será o próximo Presidente da nação não é da conta da comissão eleitoral", frisou.
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