"Mandatámos a Inspeção Geral das Forças Armadas para levar a cabo uma missão de análise de todas as medidas de prevenção, proteção das vítimas e punição dos agressores", escreveu Sébastien Lecornu, ministro das Forças Armadas num artigo assinado conjuntamente com Patricia Miralles, secretária de Estado dos Veteranos, publicado hoje no jornal Le Monde.
A missão, que deve apresentar o relatório no final de maio, deve contribuir para melhorar a assistência às vítimas, analisar o tratamento disciplinar e o sentido das sanções contra os agressores e reforçar as medidas de prevenção, refere o texto.
Além disso, "a partir de agora, sempre que houver uma suspeita suficientemente grave de violação ou de agressão sexual, a pessoa implicada será sistematicamente suspensa das suas funções", escrevem os governantes.
Vários meios de comunicação social franceses relataram o caso de Manon Dubois, que foi abusada sexualmente num navio da marinha francesa quando tinha 17 anos.
O caso foi apresentado ao Ministério das Forças Armadas por uma militar e deputada do partido presidencial francês, Laetitia Saint-Paul.
A missão de inspeção vai ser igualmente encarregada de "tornar ainda mais eficaz" o funcionamento da unidade Thémis, criada em 2014 para recolher os testemunhos das vítimas e assegurar a aplicação de punições.
Em 2023, 167 denúncias de violência sexual ou de género foram enviadas para a hierarquia das Forças Armadas e 59 foram tratadas diretamente pela unidade Thémis, perfazendo um total de 226 casos.
De acordo com o Ministério das Forças Armadas, as mulheres representam 16,5% dos 34.142 membros das Forças Armadas francesas.
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