Os Estados Unidos (EUA) admitiram, esta sexta-feira, ter feito algumas mudanças na postura das forças militares no Médio Oriente, face às ameaças do Irão.
Citada pelas publicações internacionais, o porta-voz da Conselho Nacional de Segurança, John Kirby, sublinhou que a ameaça iraniana é "real" e que estava a ser analisada de forma séria.
"Continuamos a considerar que a ameaça do Irão é real e viável", explicou o responsável, que não detalhou os motivos que levam o país a considerar que esta é uma ameaça verdadeira. Kirby recusou-se também a confirmar informações de que um ataque por parte das forças iranianas em Israel seria "iminente".
Washington estará ainda a garantir que Telavive tem "aquilo de que precisa" para se defender. Mas Kirby foi mais longe e, sem dar grandes detalhes, admitiu que a postura das forças militares no Médio Oriente se alterou, por forma a "garantir que estão devidamente preparados".
"Não posso negar que analisámos a situação e fizemos alguns ajustes. Não vou entrar em pormenores", explicou.
As tensões no Médio Oriente escalaram devido ao conflito em curso entre Israel e o Hamas, que foi desencadeado por um ataque realizado em outubro do ano passado pelo movimento islamita palestiniano.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria, civis, e sequestradas cerca de 240 pessoas, das quais uma grande parte continua na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30.000 pessoas, também maioritariamente civis.
Israel advertiu na terça-feira que responderá a qualquer retaliação do Irão, onde quer que seja, após o ataque contra o consulado iraniano em Damasco, do qual os israelitas de dissociaram.
O ataque destruiu o consulado iraniano em Damasco e causou 16 mortos, incluindo sete membros do Corpo da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico da República Islâmica, segundo uma ONG.
Entre os mortos, estavam o chefe da Força Quds na Síria e no Líbano, general Mohamed Reza Zahedi, o seu adjunto, general Mohamed Hadi Haj Rahimi, e mais cinco oficiais da Guarda Revolucionária iraniana.
Desde então, as autoridades iranianas advertiram que reservavam o direito de responder e o líder supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei, disse que Israel se iria arrepender.
O ataque em Damasco foi o pior golpe para o Irão desde 2020, quando um bombardeamento norte-americano no Iraque matou o general Qasem Soleimani, que comandava a Força Quds da Guarda Revolucionária.
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