"Os Países Baixos vão libertar este ano mais mil milhões de euros para apoio militar" à Ucrânia e o montante soma-se aos "dois mil milhões de euros já acordados", revelou Mark Rutte na rede social X, justificando a ajuda com a situação da "Ucrânia devastada diariamente pela invasão russa".
"Foi também decidido libertar três mil milhões de euros em apoio militar no próximo ano", acrescentou o primeiro-ministro neerlandês.
Mark Rutte, que se encontra em funções apenas até ser definido o seu sucessor na liderança do executivo e que é favorito para assumir o cargo de secretário-geral da NATO, acredita que "a Ucrânia precisa de mais para se proteger" e "deve vencer esta batalha".
"Continuamos a fazer tudo ao nosso alcance para entregar mais munições e defesas aéreas mais rapidamente, em colaboração com os nossos parceiros internacionais", disse ainda Rutte.
A Rússia lançou mais de 40 mísseis e 40 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) contra a Ucrânia durante a noite de quinta-feira para hoje, um "ataque massivo", segundo as autoridades ucranianas, com o objetivo de atingir a sua infraestrutura energética em todo o país.
Este ataque faz parte de uma série que já dura várias semanas, levando a cortes de energia em grande escala.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já agradeceu a Mark Rutte a decisão do novo apoio de Haia.
"Recentemente, numa conversa telefónica, o primeiro-ministro Mark Rutte informou-me que os Países Baixos atribuirão mais mil milhões de euros para ajuda militar à Ucrânia e 400 milhões para reconstrução", escreveu Zelensky na sua conta na plataforma Telegram.
O chefe de Estado ucraniano explicou que estes valores se somam à ajuda militar já acordada pelos Países Baixos com a Ucrânia no acordo bilateral de segurança recentemente assinado por ambos os países.
Zelensky também discutiu com Rutte os esforços dos aliados de Kiev para acelerar o fornecimento de munições, artilharia e sistemas aéreos à Ucrânia.
O Presidente da Ucrânia convidou ainda os Países Baixos a participar na cimeira sobre a chamada Fórmula de Paz Ucraniana a realizar-se na Suíça em meados de junho.
Os Países Baixos são um dos principais parceiros bilaterais de Kiev e lideram com a Dinamarca uma coligação internacional, a que Portugal também pertence, de formação de pilotos ucranianos em caças de combate F-16, tendo prometido igualmente o envio de 24 destes aparelhos para a Força Aérea da Ucrânia.
O apoio neerlandês surge numa fase em que as tropas ucranianas enfrentam falta de armamento e de munições para conter a superioridade russa nas frentes de batalha no leste do país e de sistemas de defesa aérea para contrariar os bombardeamentos das forças de Moscovo.
A Ucrânia aguarda a libertação de um pacote de ajuda militar dos Estados Unidos avaliado em mais de 55 mil milhões de euros que se encontra bloqueado há meses na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) em Washington, cujo presidente, Mike Johnson, tem vindo a insistir na recusa em submeter o financiamento a votação.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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