Um antigo embaixador dos Estados Unidos foi condenado a 15 anos de prisão, na sexta-feira, depois de ter sido acusado de espiar para os serviços de Cuba.
Em causa está Victor Manuel Rocha, ex-embaixador na Bolívia que, em dezembro passado, foi indiciado por suspeitas e espionagem para os serviços secretos cubanos durante mais de 40 anos. Em fevereiro, o ex-diplomata, de 73 anos, declarou-se inocente, mas no mês seguinte admitiu a culpa.
Segundo as publicações norte-americanas, os procuradores do caso descreveram esta situação como uma das mais longas traições da História ao governo dos Estados Unidos.
Rocha conseguiu um acordo com a justiça, que inclui a restituição a potenciais vítimas, assim como uma possível desnaturalização.
A imprensa norte-americana adianta ainda que pouco se sabe sobre o que Rocha poderá ter feito para ajudar o regime comunista ou como pode ter influenciado as políticas norte-americanas enquanto trabalhou para o Departamento de Estado - durante vinte anos. O homem, hoje com 73 anos, terá tido acesso a informação privilegiada, que o terá sido uma mais valia para Cuba.
O procurador-geral, Merrick Garland, descreveu o caso como "uma das infiltrações de maior alcance e mais duradouras no governo dos EUA por um agente estrangeiro".
Mas quem é este homem e o que fez ao "inimigo"?
As acusações contra Rocha são contra aquilo que se chama um agente estrangeiro. O homem nasceu na Colômbia, em 1950, mas mudou-se para Nova Iorque com dez anos. Segundo as investigações, Rocha terá sido recrutado por Cuba em 1973, depois se formar na Universidade de Yale.
Em 1978, obteve a nacionalidade norte-americana e começou a trabalhar para o Estado em 1981, com vários cargos na América Latina. Rocha também terá tido um papel influente durante a administração de Bill Clinton. A sua carreira terminou em 2002, depois de ter sido embaixador na Bolívia.
Mas para além de se saber pouco como este pode ter influenciado os EUA, é também desconhecido como é que o FBI descobriu esta espionagem. Segundo a CBS News, terá sido através de uma denúncia anónima.
Segundo conta a publicação, um agente enviou uma mensagem ao ex-diplomata. "Sei que tem sido um grande amigo nosso desde a sua estadia no Chile", terá ainda dito o agente infiltrado. Conversas entre os dois terão acontecido e, durante as mesmas, Rocha ter-se-á referido aos Estados unidos como "o inimigo" e dito que "o que fizemos" foi "enorme".
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