"É hora de o Conselho de Segurança fazer justiça ao povo palestiniano"

O enviado da Autoridade Palestiniana à ONU, Ziad Abu Amr, defendeu hoje perante o Conselho de Segurança que a Palestina apenas pede uma resolução semelhante àquela que permitiu a adesão de Israel às Nações Unidas.

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© ANGELA WEISS/AFP via Getty Images

Lusa
18/04/2024 17:31 ‧ 18/04/2024 por Lusa

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Esta mensagem foi dirigida sobretudo aos Estados Unidos e a alguns países da União Europeia (UE) que pedem que o Estado palestiniano seja o resultado de negociações com Israel e não através de uma resolução.

"Como foi reconhecido o Estado de Israel? Através de uma resolução da ONU, número 181.º", lembrou Ziad Abu Amr.

A resolução citada da Assembleia-Geral da ONU foi a que em 1947 permitiu que Israel entrasse como o 59.º Estado da organização multilateral, atualmente liderada por António Guterres.

Além disso, Abu Amr sublinhou que nos 12 anos em que o seu país tem sido um "estado observador" na ONU, um estatuto que só partilha com o Vaticano, "desempenhou um papel positivo e construtivo".

Por esta razão, sublinhou o representante diplomático, "é hora de o Conselho de Segurança assumir a sua responsabilidade histórica e fazer justiça ao povo palestiniano", afirmou.

A posição do político, que foi vice-primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana entre junho de 2013 e março deste ano, foi expressada no mesmo dia em que o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu o "fim da ocupação" e o "estabelecimento de um Estado Palestiniano totalmente independente".

Num debate de nível ministerial do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no Médio Oriente e a poucas horas de ser votada uma resolução sobre a adesão plena da Palestina à ONU, Guterres voltou a defender uma solução de dois Estados, com "Israel e a Palestina a viver lado a lado em paz e segurança", com base em resoluções da própria organização, no direito internacional e em acordos anteriores.

De acordo com Guterres, esta é a pré-condição essencial para acalmar as tensões em toda a região e fora dela.

O Conselho de Segurança da ONU vota hoje um projeto de resolução da autoria da Argélia que recomenda a admissão do Estado da Palestina como membro pleno da ONU.

Contudo, os Estados Unidos, um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e com poder de veto, opõem-se à iniciativa pelo reconhecimento unilateral da Palestina e deverão votar contra, impossibilitando a aprovação.

 A votação ocorre em plena guerra na Faixa de Gaza, que opõe há mais de seis meses Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, e que ameaça alastrar-se a outras regiões no Médio Oriente e envolver o Irão, que atacou o Estado judaico no passado fim de semana em resposta a um bombardeamento atribuído às forças de Telavive que visou o consulado iraniano em Damasco (Síria).

Leia Também: Representantes na ONU condenam ataque iraniano a Israel

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