EUA bloqueiam adesão da Palestina à ONU como Estado de pleno direito

O país considera que um Estado palestiniano independente deveria ser estabelecido através de negociações diretas entre Israel e a Autoridade Palestiniana.

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Notícias ao Minuto com Lusa
18/04/2024 22:33 ‧ 18/04/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Os Estados Unidos vetaram, esta quinta-feira, a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que determinava a inclusão da Palestina no organismo enquanto Estado de pleno direito.

O país considera que um Estado palestiniano independente deveria ser estabelecido através de negociações diretas entre Israel e a Autoridade Palestiniana, sem a intervenção da ONU, refere a agência Reuters.

Nas restantes votações, o Reino Unido e a Suíça abstiveram-se, enquanto os restantes 12 membros do Conselho de Segurança votaram a favor. No entanto, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança, o veto norte-americano significa que a proposta não vai avançar. 

A Palestina é atualmente um Estado observador da ONU, estatuto que foi lhe concedido pela Assembleia Geral, em 2012. Mas para se tornar membro do organismo em pleno direito, o pedido terá de ser aprovado pelo Conselho de Segurança e, depois, por, pelo menos, dois terços da Assembleia Geral.

Esta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, salientou que "as recentes escaladas [no conflito] tornam ainda mais importante apoiar os esforços de boa fé para encontrar uma paz duradoura entre Israel e um Estado palestiniano totalmente independente, viável e soberano".

O enviado da Autoridade Palestiniana à ONU, Ziad Abu Amr, defendeu perante o Conselho de Segurança que a Palestina apenas pede uma resolução semelhante àquela que permitiu a adesão de Israel às Nações Unidas. "Como foi reconhecido o Estado de Israel? Através de uma resolução da ONU, número 181.º", lembrou.

Por seu turno, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, apontou que os palestinianos não cumprem os requisitos para se tornarem membros plenos da ONU, entre eles um território definido, com uma população permanente, um governo e capacidade para estabelecer relações com outros Estados. "Quem é que o Conselho está a votar para reconhecer e conceder o estatuto de membro pleno? O Hamas em Gaza? A Jihad Islâmica em Nablus? Quem?", questionou.

Antes, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, já tinha dado conta das intenções do país em vetar a resolução, também devido à falta de condições para a Palestina poder ser considerada um Estado-membro da ONU. 

O responsável afirmou ainda que, se a Palestina fosse autorizada a aderir à ONU, os Estados Unidos retiraram o seu financiamento ao organismo. Os Estados Unidos são atualmente o país que mais contribui para a ONU, tendo entregado à organização mais de 18 mil milhões de dólares (16,9 mil milhões de euros) no ano passado.

A resolução em prol da admissão do Estado palestiniano nas Nações Unidas foi apresentada pela Argélia, em nome do Grupo Árabe da ONU, e já suscitou um apoio unânime dos países muçulmanos e dos não-alinhados, além de alguns europeus, como é o caso de Espanha.

[Notícia atualizada às 22h53]

Leia Também: EUA preparam-se para vetar na ONU resolução sobre admissão da Palestina

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