"Se tomarem alguma ação, será registado como um ato vergonhoso na história da Europa", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kananí, numa conferência de imprensa, realizada em Teerão, sobre as possíveis sanções contra o seu país.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da União Europeia (UE) reúnem-se hoje no Luxemburgo para tentar chegar a um acordo político que permita alargar as sanções contra o Irão.
O debate foi marcado na sequência do recente ataque do Irão contra Israel e após a intenção inicial manifestada numa reunião extraordinária sobre a situação no Médio Oriente na semana passada.
O objetivo é sancionar os mísseis iranianos e alargar as medidas restritivas contra indivíduos e entidades iranianas responsáveis pela transferência de 'drones' (aeronaves não tripuladas), disse um responsável europeu na antevisão do encontro.
Se sancionarem Teerão "será uma recompensa para o regime agressor e uma ação ilegal contra um Governo que apenas agiu dentro da estrutura das leis para criar dissuasão", defendeu o porta-voz iraniano.
Kananí referia-se ao atentado bombista de 01 de abril ao consulado iraniano em Damasco, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária, e ao ataque retaliatório com centenas de mísseis e 'drones' contra Israel, que não causou danos.
"É interessante notar que a União Europeia não adotou quaisquer sanções contra o regime que cometeu crimes e massacrou o povo palestiniano, executou doentes e feridos dentro de um hospital e usou o complexo hospitalar como vala comum, mas fala em sanções contra um Governo que agiu no âmbito do direito internacional", sublinhou.
Na reunião de hoje no Luxemburgo, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE vão também discutir a possibilidade de sancionar a produção de mísseis balísticos, com a UE a continuar relutante em fazê-lo por ainda não ter encontrado provas de que o Irão os esteja a fornecer à Rússia.
O alargamento das sanções contra o Irão, na sequência dos ataques a Israel, tem como base o apoio de Teerão à invasão russa da Ucrânia e visa apaziguar as tensões e evitar uma escalada regional do conflito, de acordo com Bruxelas.
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