Blinken visita China para abordar fricções nos laços

O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, inicia na quarta-feira três dias de conversações com funcionários chineses em Xangai e Pequim, numa altura em que os laços bilaterais se encontram num ponto crítico.

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João Pimenta
23/04/2024 07:37 ‧ 23/04/2024 por João Pimenta

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China

A deslocação surge pouco depois de uma conversa entre o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping, e de uma visita semelhante à China da Secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen.

Os laços entre Washington e Pequim continuam tensos, devido a diferenças em várias questões, incluindo a guerra na Ucrânia, conflito entre Israel e Hamas, a soberania do Mar do Sul da China, e disputas no comércio e tecnologia.

"[Blinken] vai expor de forma clara e franca as nossas preocupações", durante as conversações, disse um alto funcionário do Departamento de Estado.

A administração Biden tem acusado, nos últimos meses, a China de apoiar a base industrial de Defesa da Rússia. As autoridades norte-americanas dizem que o apoio chinês permite que Moscovo ultrapasse as sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia e reabasteça as suas Forças Armadas. As autoridades norte-americanas dizem que este será um dos principais tópicos abordados durante a visita de Blinken.

Embora os EUA afirmem não ter provas de que a China esteja realmente a armar a Rússia, os funcionários dizem que outras atividades são igualmente problemáticas.

"Se a China pretende, por um lado, manter boas relações com a Europa e outros países, não pode, por outro lado, estar a alimentar aquela que é a maior ameaça à segurança europeia desde o fim da Guerra Fria", afirmou Blinken, na semana passada.

Os responsáveis norte-americanos têm também apelado repetidamente à China para que utilize qualquer influência que possa ter junto do Irão para evitar que a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza se transforme num conflito regional mais vasto.

Embora a China pareça ter sido, de um modo geral, recetiva a esses apelos - sobretudo porque depende fortemente das importações de petróleo do Irão e de outros países do Médio Oriente - as tensões têm aumentado constantemente desde o início da guerra, em outubro, e dos mais recentes ataques e contra-ataques entre Israel e o Irão.

Na região do Indo-Pacífico, a China e os Estados Unidos são os principais atores, mas Pequim tem-se tornado cada vez mais agressiva nos últimos anos em relação a Taiwan e aos seus vizinhos mais pequenos do Sudeste Asiático, com os quais tem importantes disputas territoriais e marítimas no Mar do Sul da China.

Os EUA condenaram ainda os exercícios militares chineses que ameaçam Taiwan, que Pequim considera uma província sua. As sucessivas administrações norte-americanas têm vindo a aumentar constantemente o apoio militar e as vendas de armas a Taipé.

O alto funcionário do Departamento de Estado disse que Blinken "sublinhará, tanto em privado como em público, o interesse permanente dos Estados Unidos em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".

"Pensamos que isso é de importância vital para a região e para o mundo", vincou.

No Mar do Sul da China, os EUA e outros países estão cada vez mais preocupados com as ações provocatórias da China nas áreas disputadas e nas suas imediações.

Os EUA têm manifestado objeções ao que dizem ser tentativas chinesas de impedir atividades marítimas legítimas de outros países, nomeadamente as Filipinas e o Vietname.

Este foi um dos principais temas de preocupação este mês, quando Biden realizou uma cimeira tripartida com o primeiro-ministro do Japão e o presidente das Filipinas.

Leia Também: Prolongada por 2 anos lei que permite espionagem a estrangeiros nos EUA

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