Quando prestou declarações, no dia 16 de abril, após ser intercetada no banco com o tio morto, Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, estava sob o "efeito de medicação de uso controlado".
A observação, citada pelo O Globo, consta no relatório feito às 21h30 de terça-feira da semana passada, dia em que acompanhou o tio Paulo Roberto Braga, de 68 anos, à agência bancária para pedir um empréstimo.
Àquela hora, o corpo do homem que ficou conhecido como 'Tio Paulo' já tinha sido levado pelas autoridades.
O relatório também descreve que Érika "se encontrava num estado emocional abalado [...], com os seus reflexos desestabilizados e sem controlo normal dos seus sentidos devido aos efeitos da medicação".
A família da mulher alega que ela é paciente psiquiátrica, com internamentos e dependência medicamentosa no historial clínico.
Após a cena no banco, Érika foi indiciada por fraude e profanação de cadáver. No processo, a defesa anexou receitas e relatórios médicos, que expuseram um diagnóstico antigo de depressão, feito em 2022, além do uso excessivo de soporíferos, bem como um pedido de internamento no ano passado.
Na tarde de 16 de abril, Érika levou o tio ao banco para contrair um empréstimo de 17 mil reais, o equivalente a pouco mais de 3 mil euros, mas o tio estava morto.
Recorde-se que, de acordo com o testemunho dos motoristas da TVDE que os levaram até ao local, Paulo ainda estaria vivo quando deixou a viatura, tendo segurado a porta do veículo ao sair.
O caso está a chocar o Brasil e a comunidade internacional, depois de um vídeo que mostra a mulher a tentar levantar o dinheiro no banco viralizar nas redes sociais. Segundo a imprensa brasileira, as funcionárias bancárias consideraram toda a situação muito estranha, uma vez que o homem não conseguia segurar a cabeça, nem mexer-se, enquanto Érika tentava convencê-lo a assinar um documento.
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