O porta-voz do Exército de Libertação Nacional Karen (KNLA), Doh Taw Nee, disse à agência de notícias espanhola EFE que os guerrilheiros tomaram uma "decisão estratégica de se retirarem temporariamente" de Myawaddy, que está separada pelo rio Moei da cidade tailandesa de Mae Sot, um dos principais pontos da fronteira entre os dois países.
A cidade tinha sido tomada pelos combatentes do KNLA há duas semanas.
A retirada do KNLA ocorre depois de o Exército, que detém o poder na antiga Birmânia desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021, ter conseguido reconquistar terça-feira uma base militar nos arredores da cidade.
"A nossa luta contra a ditadura estende-se para além de Myawaddy. O nosso objetivo é erradicar todas as formas de ditadura em toda a nação", declarou Doh Taw Nee numa mensagem áudio enviada à EFE.
A Junta Militar, que organizou uma contraofensiva para retomar Myawaddy, conseguiu entrar na zona com a ajuda de uma milícia regional que se tinha afastado quando o KNLA cercou a cidade no início de abril, disse a mesma fonte.
Os combates entre o Exército e os opositores "preocupam" o governo tailandês, que mobilizou tropas para manter a fronteira segura, alertando que não vai permitir que aviões militares sobrevoem o território da Tailândia.
Na sequência da contraofensiva da Junta, milhares de pessoas atravessaram o território tailandês para se refugiarem do conflito, embora a maioria, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, já tenha regressado aos locais de origem.
O golpe militar em Myanmar aprofundou a crise política, social e económica, fazendo aumentar a violência em todo o país.
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