Uma fonte diplomática palestiniana e uma fonte dos islamitas do Hamas disseram que as delegações das duas fações foram recebidas no Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês e que "disputas internas" seriam discutidas, sem avançarem mais pormenores.
Os meios de comunicação social árabes noticiaram a chegada das delegações e referiram ter partido da China o convite à Fatah e ao Hamas para acolher o encontro depois de o país ter manifestado interesse em mediar a guerra na Faixa de Gaza e apoiar a criação de um Estado palestiniano independente.
O encontro surge depois de uma reunião em Moscovo entre as duas fações no início de março quando foi acordado prosseguir o diálogo para alcançar a unidade nacional com todas as forças palestinianas no âmbito da Organização de Libertação da Palestina (OLP), segundo a resolução divulgada na altura.
O acordo surge ainda depois de o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, ter procedido a uma mudança no governo da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) com vista a uma reforma através de um executivo tecnocrático, que assuma o controlo da Faixa de Gaza quando a guerra terminar.
Esta reforma estrutural é uma das principais exigências dos Estados Unidos para que a ANP possa governar a Faixa de Gaza, embora não conste dos planos do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Esta semana, o chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniye, propôs, na Turquia, a criação de um Estado palestiniano sob a liderança da OLP, quando esta se reorganizar de forma a acolher todos os grupos palestinianos.
"Apelámos a que se pusesse ordem na política interna palestiniana em duas fases. A primeira seria reorganizar a OLP para integrar todos os grupos palestinianos", disse Haniye à agência noticiosa oficial turca Anadolu, durante uma visita a Istambul.
"Numa segunda fase, a unificação de todas as instituições em Gaza e na Cisjordânia sob o mesmo teto, permitindo a realização de eleições para o chefe do governo, para os conselhos legislativo e nacional e a criação de um governo nacional", continuou Haniye.
A guerra em Gaza arrasta-se há quase sete meses, depois de um ataque na região Sul de Israel, no qual militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 250 reféns.
O bombardeamento israelita e a ofensiva terrestre em Gaza mataram mais de 34.000 palestinianos, segundo as autoridades de saúde locais.
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