Apreensão de bens? Rússia dará "resposta assimétrica", mas "dolorosa"

Dmitry Medvedev afirmou que a Rússia "não seria capaz de dar uma resposta completamente simétrica" ao "roubo descarado" dos EUA. No entanto, a "resposta assimétrica", não será "menos dolorosa".

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Márcia Guímaro Rodrigues
28/04/2024 09:54 ‧ 28/04/2024 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Dmitry Medvedev

O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, comentou, no sábado, a possibilidade de os Estados Unidos transferirem os bens russos apreendidos para a Ucrânia, alertando que Moscovo poderá responder com o confisco de propriedades e dinheiro de cidadãos e investidores norte-americanos.

Numa publicação, na plataforma Telegram, o alto funcionário russo afirmou que a Rússia "não seria capaz de dar uma resposta completamente simétrica" ao "roubo descarado" dos EUA

"A razão é clara - não temos uma quantidade significativa de bens do Estado americano, incluindo dinheiro, direitos e outros ativos dos EUA. Por conseguinte, a resposta só pode ser assimétrica. Não é um facto que será menos dolorosa", alertou.

"Estamos a falar da execução da hipoteca, por exemplo, por decisão judicial, sobre os bens de particulares situados na jurisdição da Rússia (dinheiro, bens imóveis e bens móveis em espécie, direitos de propriedade)", explicou, reconhecendo ser "uma história complexa, uma vez que estes indivíduos atuaram normalmente como investidores na economia russa".

"E nós garantimos-lhes a inviolabilidade dos seus direitos de propriedade privada. Mas aconteceu o inesperado - o Estado deles declarou-nos uma guerra híbrida. Isto tem de ser respondido", acrescentou.

O alerta de Medvedev surge dias após a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ter aprovado um pacote de ajuda à Ucrânia, no valor de 61 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros), para fazer face à invasão russa. O pacote legislativo inclui ainda uma medida para a potencial transferência de bens russos apreendidos para a Ucrânia.

Já no final do ano passado, os Estados Unidos apresentaram um plano ao G7 para confiscar 300 mil milhões de dólares (270 mil milhões de euros) em ativos russos.

No entanto, a transferência desses ativos para a Ucrânia está longe de estar concluída devido, segundo o Ocidente, a obstáculos jurídicos e geopolíticos.

Leia Também: Confiscar bens russos congelados? São "ações ilegais", alerta Rússia

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