"De acordo com as nossas projeções, penso que é possível concluir as negociações para estabelecer o ACL com a China até ao final deste ano", afirmou González-Olaechea, que se encontra numa visita de três dias ao país asiático, no âmbito da qual liderou hoje um evento sobre a presidência peruana da APEC (Cooperação Económica Ásia Pacífico), em 2024.
No seu discurso, o ministro destacou as oportunidades que o Peru oferece à China como destino de investimento, sublinhando a localização estratégica do país no hemisfério ocidental, a estabilidade económica e a existência de uma comunidade chinesa integrada na sociedade peruana.
"Não se trata apenas de investir, trata-se de fazer amigos", sublinhou o ministro, que destacou a necessidade do apoio chinês ao desenvolvimento do Peru, especialmente em setores como infraestruturas, saúde digital, inteligência artificial e energia verde.
O responsável afirmou que os muitos descendentes de chineses integrados na sociedade peruana "reforçam ainda mais" os laços históricos e culturais com o país asiático.
"Sem investimento, não se pode construir. Sem condições estáveis, não se pode investir. E sem investimento e estabilidade, não podemos alcançar o nosso verdadeiro potencial como país", argumentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros peruano destacou as vantagens que a nação andina oferece como parceiro da China, incluindo a riqueza em recursos naturais, a experiência na indústria mineira e o compromisso com o comércio aberto.
"O Peru é um país metalúrgico, com uma grande variedade de recursos naturais para oferecer ao mundo", disse González-Olaechea, que também mencionou que o país "não sabe como aproveitar a energia verde, mas a China sabe".
"Temos de aprender com a sua experiência e trabalhar em conjunto para desenvolver as nossas capacidades neste domínio", vincou.
O chefe da diplomacia peruana também destacou a importância da APEC como plataforma de colaboração entre o Peru e a China e com o resto da região Ásia-Pacífico.
"A APEC é a área que mais cresce e o Peru está empenhado em aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas por esta região dinâmica", disse.
Lembrou ainda que a inflação anual é "mais baixa em comparação com outros países da América Latina", o que torna o Peru "mais atrativo para os investidores estrangeiros e promove a estabilidade económica".
No final da apresentação, Gonzalez-Olaechea sublinhou que o porto de Chancay, estrategicamente localizado a norte de Lima, está a emergir como um nó comercial fundamental entre as duas regiões e é alvo de interesse crescente pelos investidores chineses.
A cimeira da APEC terá lugar no próximo mês de novembro no país andino e deve contar com a presença do Presidente da China, Xi Jinping.
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