Forças de Kyiv vão ter unidade de 'drones' exclusivamente feminina

A Ucrânia vai lançar a sua primeira unidade de 'drones' exclusivamente feminina em cooperação com as Forças de Defesa de Kiev, como uma medida para contrariar a superioridade russa em efetivo e armamento.

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Lusa
30/04/2024 19:55 ‧ 30/04/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Segundo Ihor Lutsenko, militar, fundador do Centro de Apoio ao Reconhecimento Aéreo e líder da empresa de 'drones' Ordem de Santiago, a unidade voluntária vai concentrar-se na operação e manutenção de sistemas de 'drones'.

"Infelizmente, o inimigo tem uma grande vantagem em mão de obra, por isso não devemos negligenciar quaisquer ideias que nos permitam reduzir esta lacuna", disse Lutsenko, citado pela imprensa ucraniana, referindo-se às dificuldades das forças de Kiev em contrariar a superioridade militar nas frentes de combate terrestres no leste do país.

Tanto a Ucrânia como a Rússia têm utilizado 'drones' para reconhecimento, vigilância e ataques direcionados desde o início da invasão russa em 2022 e Kiev criou em fevereiro passado um ramo separado nas forças armadas dedicado aos aparelhos não tripulados.

Ainda hoje, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, anunciou que o Governo vai alocar mais de 360 milhões de euros adicionais para a aquisição de 'drones'.

Shmyhal referiu que os fundos hoje atribuídos permitirão reforçar as Forças de Segurança e Defesa com 300 mil aparelhos.

O processo de recrutamento voluntário para a nova unidade é dirigido a mulheres com mais de 18 anos, que terão de passar por "um rigoroso processo de seleção".

Segundo números referidos pelo portal Euromaidan, desde 2022 o número de mulheres nas Forças de Defesa da Ucrânia aumentou 40% e atualmente cerca de 60 mil estão ao serviço.

Antes da invasão russa, as mulheres estavam confinadas principalmente a funções não relacionadas com o combate, mas a situação mudou, tal como o limite de idade para o alistamento, que aumentou para 60 anos, igualando o dos homens.

A Ucrânia procedeu este ano à aprovação de novas e controversas regras para o recrutamento militar, mas até ao momento a liderança de Kiev tem recusado a mobilização obrigatória de mulheres.

A Rússia intensificou nas últimas semanas os bombardeamentos contra várias cidades ucranianas e infraestruturas do país, nomeadamente as energéticas.

Ao mesmo tempo, nas frentes de combate terrestres, as forças russas têm conseguido lentos avanços no leste do país face a tropas ucranianas que se queixam de falta de homens e de munições, enquanto Kiev pede aos seus aliados que aumentem a ajuda militar.

Leia Também: EUA instam países a doar defesa antimíssil Patriot a Kyiv

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