"O que aconteceu em resultado da nova invasão da Ucrânia por Putin foi o facto de o Ocidente se ter unido e de o Reino Unido ter desempenhado um papel importante no início dessa sensação de que tínhamos de reagir", disse May, durante um evento no centro de estudos britânico Chatham House.
May descreveu o Presidente russo, Vladimir Putin, como um "oportunista" que "viu um Ocidente menos disposto a defender os seus valores, menos coeso, mais desesperado, a virar os olhos para a China, a não responder inicialmente à [agressão russa na] Geórgia e depois à Crimeia".
"O que aconteceu no Ocidente é que nos tornámos um pouco complacentes com a ideia de que, após a queda do Muro de Berlim, as democracias que entraram nos países da Europa de Leste pensariam que a democracia liberal era obviamente o caminho a seguir para todos", adiantou.
A antiga chefe de Governo, entre 2016 e 2019, demitiu-se porque o acordo que negociou com Bruxelas para a saída do Reino Unido da União Europeia foi chumbado no parlamento três vezes.
O sucessor, Boris Johnson, foi depois criticado devido ao polémico Protocolo da Irlanda do Norte que negociou e por ter suspenso o Parlamento à margem da lei.
May lembrou "a forma como o Parlamento geriu o assunto, a incapacidade de conseguir que o acordo fosse aprovado pelo Parlamento e tudo o que aconteceu depois".
"Penso que pode ter feito com que as pessoas olhassem para o Reino Unido e se perguntassem [porque é que] este Reino Unido estável, que estavam habituados estava a ver, teve tudo isto a acontecer no seu parlamento",
No entanto, acredita que "o país está a recuperar" e que "a posição que o Reino Unido adotou em relação à Ucrânia foi uma posição muito importante", elogiando Johnson pela firmeza da resposta.
Questionada sobre se o Reino Unido se deve arrepender do 'Brexit, May argumentou que "não se deve lamentar uma decisão que foi tomada pela maioria do povo britânico".
"Penso que temos alguns ajustamentos a fazer", admitiu, mas acrescentou que, tal como disse desde o início, "o céu não caiu".
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