Numa conferência de imprensa, John Kirby disse que as más condições climatéricas estão a dificultar os preparativos.
A plataforma flutuante, onde estão envolvidas as Forças Armadas norte-americanas, permitirá a entrada de mais alimentos e outros bens essenciais, embora até os Estados Unidos tenham reconhecido que tem limites e que a melhor opção é a entrada de camiões por estrada.
No início de março, o Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou um plano para construir uma doca temporária em Gaza, a fim de aumentar o fluxo de ajuda humanitária para o enclave palestiniano, alvo de uma ofensiva militar israelita desde 07 de outubro, que já causou mais de 34.000 mortos.
Segunda-feira passada, o Pentágono adiantou que a plataforma custará pelo menos 320 milhões de dólares (cerca de 298 milhões de euros).
Na ocasião, a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, frisou aos jornalistas que o custo é uma estimativa aproximada para o projeto e inclui o transporte dos equipamentos e secções do cais dos Estados Unidos para a costa de Gaza, bem como as operações de construção e entrega de ajuda.
Fotos de satélite analisadas no mesmo dia pela agência noticiosa Associated Press (AP) mostram o 'USNS Roy P. Benavidez' a cerca de oito quilómetros do porto, onde a base de operações do projeto está a ser construída pelos militares israelitas.
O General Frank S. Besson Jr., da USAV, um navio logístico do Exército, e vários outros barcos do Exército, estão com o 'Benavidez' e a trabalhar na construção do que os militares chamam de sistema Joint Logistics Over-the-Shore, ou JLOTS.
Autoridades dos Estados Unidos e de Israel disseram que esperam ter o cais flutuante no lugar, a ponte ligada à costa e as operações em andamento até início de maio.
Segundo o plano dos militares norte-americanos, a ajuda será embarcada em navios comerciais em Chipre para navegar até à plataforma flutuante agora em construção ao largo de Gaza.
As paletes serão carregadas nos navios em camiões e serão, depois, transportadas em navios menores, que viajarão até uma ponte metálica flutuante de duas pistas. A ponte de 550 metros será anexada à costa pelas Forças de Defesa de Israel.
O oficial militar dos Estados Unidos disse que uma unidade de engenharia do Exército norte-americano juntou-se a uma outra, de engenharia, das Forças de Defesa de Israel (FDI) nas últimas semanas, para simular a instalação da ponte, treinando numa praia israelita.
O novo porto fica a sudoeste da Cidade de Gaza, um pouco a norte de uma estrada que corta Gaza a meio e que os militares israelitas construíram durante os atuais combates contra o Hamas.
A área era a mais populosa do território antes da ofensiva terrestre israelita ter ocorrido e empurrado mais de um milhão de pessoas para sul, em direção à cidade de Rafah, na fronteira egípcia.
A ajuda tem demorado a chegar a Gaza, com longas filas de camiões à espera de inspeções israelitas. Os EUA e outras nações também realizaram lançamentos aéreos para enviar alimentos para Gaza.
O oficial militar norte-americano referiu que as entregas na rota marítima inicialmente totalizarão cerca de 90 camiões por dia e poderão aumentar rapidamente para cerca de 150.
Organizações humanitárias afirmaram que são necessárias centenas de camiões deste tipo para entrar em Gaza todos os dias.
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