O convite surge após tensões geradas pela detenção de sete tajiques suspeitos do atentado de 22 de março em Moscovo, que levou o Tajiquistão a denunciar a violação dos direitos dos seus cidadãos na Rússia.
Durante uma conversa telefónica, Putin e Rakhmon discutiram "a cooperação na luta contra o terrorismo e no domínio da migração", segundo um comunicado do Kremlin citado pela agência francesa AFP.
Os dois líderes também "discutiram em pormenor questões de cooperação no domínio dos trabalhadores imigrantes" e destacaram a "estreita coordenação" das respetivas forças de segurança, afirmou a presidência tajique num comunicado separado.
A Rússia vai assinalar o dia da vitória sobre a Alemanha nazi na quinta-feira, 09 de maio, com desfiles militares em 25 cidades, incluindo Moscovo, cuja Praça Vermelha acolherá a cerimónia principal.
Mais de um milhão de tajiques vivem, trabalham ou estudam na vizinha Rússia, onde o nível de vida é mais elevado do que na antiga república soviética do Tajiquistão.
Desde o ataque à sala de espetáculos Crocus, os cidadãos dos países da Ásia Central, a começar pelo Tajiquistão, têm estado sob vigilância apertada das autoridades russas.
As tensões atingiram o auge no fim de semana passado, quando centenas de tajiques ficaram retidos durante horas no controlo de passaportes nos aeroportos de Moscovo.
Emomali Rakhmon denunciou na altura violações dos direitos dos tajiques pelas autoridades de Moscovo, que foram refutadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Serguei Lavrov justificou na terça-feira as medidas com a necessidade de efetuar controlos reforçados na sequência do atentado de 22 de março, e rejeitou a ideia de que visassem especificamente os tajiques.
No comunicado divulgado hoje, o Kremlin acusou "certas forças não identificadas" de quererem "agravar artificialmente" a situação dos trabalhadores migrantes.
O ataque à sala de concertos na periferia ocidental de Moscovo causou pelo menos 144 mortos e 360 feridos.
Quatro tajiques foram rapidamente detidos e levados a um tribunal depois de terem sido visivelmente espancados, o que suscitou fortes emoções no Tajiquistão.
O grupo 'jihadista' Estado Islâmico, também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh, reivindicou a autoria do atentado.
A Rússia, depois de acusar a Ucrânia, admitiu que o ataque tinha sido perpetrado por "islamitas radicais", sem abandonar a ideia de um envolvimento ucraniano.
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