A posição do governante italiano consta de uma entrevista de Guido Crosetto ao jornal diário 'Corriere dela Sera', hoje publicada.
"Não julgo o Presidente de um país amigo como a França, mas não entendo o propósito e a utilidade destas declarações, que objetivamente aumentam a tensão", afirmou o ministro.
Crosetto reafirmou que a posição de Itália não muda e que, ainda que sempre tenha defendido a necessidade de ajudar a Ucrânia, "foi excluída uma intervenção direta dos militares italianos no conflito".
"A Ucrânia deve ser ajudada para evitar uma extensão do conflito, mas todas as formas de diálogo devem ser procuradas, começando a tecer a rede diplomática", afirmou o governante.
O ministro da Defesa italiano lembrou ainda que em Itália existe uma "proibição explícita de intervenções militares diretas fora do previsto nas leis e na Constituição", e que o país apenas pode realizar "intervenções armadas por mandato internacional, por exemplo em aplicação de uma resolução da ONU".
"Todos os países podem fazer algo mais em termos de ajuda, mas acima de tudo devemos acreditar e insistir na diplomacia. Devemos fazer tudo para chegar a uma trégua: mesmo que o resultado seja um dia sem bombardeamentos, porque podem converter-se em dois, três quatro [dias]", sublinhou.
Quinta-feira, numa entrevista publicada no semanário britânico The Economist, Macron reafirmou a possibilidade de enviar tropas terrestres ocidentais para a Ucrânia no caso de a Rússia "romper as linhas da frente" e Kiev solicitar esse apoio.
"Se os russos passarem a linha da frente, se houver um pedido ucraniano - o que não é o caso atualmente - deveríamos legitimamente colocar-nos a questão", disse o Presidente francês.
"Excluir [o cenário] 'a priori' seria não aprender as lições dos últimos dois anos", quando os países da NATO excluíram inicialmente o envio de tanques e aviões para a Ucrânia, antes de mudarem de ideias, sustentou Macron.
Já sobre a situação em Israel e a guerra em Gaza, assegurou que a Itália é "um país amigo", mas que também "tem sido muito duro" com o governo israelita e que trabalha "abertamente para uma trégua e para que não sejam mortos mais inocentes".
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