Israel acusa Hamas de rejeitar repetidamente qualquer acordo

O Governo israelita aceitou "concessões significativas" nas negociações com o Hamas, mas o grupo islamita palestiniano "rejeitou repetidamente" a possibilidade de um acordo, afirmou hoje o chefe da diplomacia de Israel.

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Lusa
06/05/2024 10:50 ‧ 06/05/2024 por Lusa

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Médio Oriente

 

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"Israel aceitou concessões significativas para trazer os reféns para casa, mas o Hamas tem repetidamente mostrado a sua recusa", disse Israel Katz nas redes sociais, citado pela agência espanhola Europa Press.

Kataz acusou o líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, de não ter intenção de "libertar todos os reféns, mesmo em troca de tudo".

"Ele acredita que o mundo vai pressionar Israel a parar a guerra incondicionalmente e que vai continuar a poder controlar Gaza, com os reféns como moeda de troca e a capacidade de continuar a guerra de atrito contra Israel e planear o próximo ataque", afirmou.

Diversos medidores têm tentado um acordo que permita suspender a guerra atual entre Israel e o Hamas, iniciada em 07 de outubro de 2023, mas sem sucesso.

Após uma escala no Cairo, o chefe dos serviços secretos dos Estados Unidos, William Burns, é esperado hoje no Qatar, o principal país mediador, disse uma fonte próxima das negociações à agência francesa AFP.

"Na ausência de progressos" nas conversações do Cairo, Burns deverá ter uma "reunião de emergência com o primeiro-ministro" do emirado, o xeque Mohammed ben Abdelrahmane Al Thani, "para discutir formas de retomar as conversações", segundo a mesma fonte.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel disse também que "a guerra em Gaza prossegue com os mesmos objetivos: a libertação de todos os reféns e a derrota do Hamas".

"Ontem [domingo], houve uma chamada de atenção da organização terrorista nazi Hamas, que disparou de uma zona civil perto da passagem de Rafah contra a passagem de Kerem Shalom para ajuda humanitária", disse.

Kataz referia-se a um ataque em que morreram três militares israelitas, segundo a Europa Press.

"Hoje, Dia da Memória do Holocausto, o 'slogan' 'Nunca Mais' tem um significado especial. O povo de Israel diz: 'Nunca mais'", acrescentou.

A declaração de Katz foi divulgada horas depois de o exército israelita ter ordenado aos residentes dos bairros orientais de Rafah que se retirassem para uma "zona humanitária".

As autoridades israelitas disseram hoje que a operação envolveria cerca de 100 mil pessoas.

Apesar dos apelos internacionais, Israel tem ameaçado realizar uma ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde se encontram milhares de pessoas que já tinham sido obrigadas a fugir do norte do território.

Israel argumenta que as últimas unidades ativas do Hamas estão em Rafah, junto à fronteira com o Egito.

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, desmentiu comentários de um funcionário israelita não identificado ao The New York Times de que um acordo entre Israel e o Hamas esteve próximo no fim de semana.

Segundo a fonte do jornal norte-americano, o Hamas recuou e endureceu a posição face a comentários de Netanyahu sobre a ofensiva de Rafah.

O gabinete de Netanyahu disse que a ideia de que o primeiro-ministro minou a possibilidade de um acordo "é uma mentira absoluta e um engano deliberado", segundo o diário israelita The Times of Israel.

"É o Hamas que está a sabotar qualquer acordo ao não ceder um milímetro nas suas exigências extremas, que nenhum Governo israelita poderia aceitar", disse o gabinete de Netanyahu.

Acrescentou que o principal obstáculo a um acordo é a exigência do grupo de que "Israel se retire de Gaza e acabe com a guerra".

O conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos, com Israel a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34.600 mortos, segundo balanços das duas partes.

Leia Também: Negociações e iminência de ataque em Rafah no centro do conflito em Gaza

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