Borrell argumenta a decisão de não assistir à cerimónia na capital russa por considerar que as eleições presidenciais na Rússia não foram "nem livres nem justas".
No entanto, a União Europeia (UE) não tem uma posição unânime sobre a questão, uma vez que a França e a Hungria vão enviar embaixadores à Rússia e a Eslováquia vai destacar o encarregado de negócios.
O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros afirmou, no entanto, que era "muito difícil de compreender para os ucranianos e para muitas pessoas em todo o mundo" que a UE fosse assistir à tomada de posse de um chefe de Estado contra o qual o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura por ter forçado a deportação de crianças ucranianas para a Rússia.
"O meu conselho foi não comparecer", disse Borrell, embora tenha salientado que os países da UE têm "plena soberania" para decidir sobre temas de política externa.
As declarações do chefe da diplomacia da UE foram feitas antes da reunião do Conselho de Desenvolvimento da União Europeia, que se realiza hoje em Bruxelas, onde, entre outros assuntos, vai ser discutida a ajuda à Ucrânia.
O bloco europeu aprovou um pacote de 50 mil milhões de euros para permitir que a administração continue a funcionar em plena guerra e para a futura reconstrução do país.
"A melhor forma de evitar a reconstrução é evitar a destruição", disse Borrell, que insistiu na necessidade de continuar a apoiar militarmente a Ucrânia, numa altura em que a Rússia intensificou os bombardeamentos contra o país.
Leia Também: Ordem de retirada de civis de Rafah é "inaceitável", diz Borrell