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Putin já tomou oficialmente posse como presidente russo (pela quinta vez)

O presidente russo dá hoje início ao seu quinto mandato. No seu discurso, Putin agradeceu aos militares que estão a lutar pela pátria na Ucrânia e garantiu que está disposto a dialogar com o Ocidente.

Notícias ao Minuto

10:09 - 07/05/24 por Daniela Carrilho

Mundo Rússia

Vladimir Putin já foi, esta terça-feira, oficialmente empossado como presidente russo, marcando o início do seu quinto mandato.

Na cerimónia, que decorre no dourado Grande Palácio do Kremlin, Putin colocou a mão sobre a Constituição russa e prometeu defendê-la, sob o olhar de uma multidão de dignitários escolhidos 'a dedo', indica a Sky News.

"Juro (...) respeitar e proteger os direitos humanos e civis e as liberdades, respeitar e proteger a Constituição, a soberania, a independência, a segurança e a integridade do governo", declarou Putin, de 71 anos.

"É uma grande honra, uma responsabilidade e um dever sagrado", declarou sob os dourados da Sala Andreyevsky do Kremlin, o complexo presidencial no centro de Moscovo.

De seguida, deu o início ao novo mandato com um discurso, começando por agradecer o apoio da Nação e do Exército russo que está na linha da frente da guerra na Ucrânia.

"Gostaria de agradecer aos participantes da operação militar especial, gostaria de agradecer a todos os que estão a lutar pela nossa pátria. O destino da Rússia será determinado apenas por nós próprios. Vejo uma profunda compreensão do nosso papel histórico de defender a nossa escolha, defender a nossa liberdade e defender os interesses nacionais da Rússia. Iremos atravessar este período difícil e seremos bem sucedidos", afirmou Putin. 

Neste sentido, o líder russo declarou que o país não está a recusar o diálogo com o Ocidente e garantiu que está disposto a tornar-se um "parceiro honesto" com todos aqueles que o desejarem.

"Nem sequer recusamos o diálogo com os países ocidentais. Veremos se continuam a travar o desenvolvimento do nosso país e a exercer pressão sobre o mesmo ou se procuram formas de cooperar connosco", salientou, considerando que é possível manter discussões com o Ocidente "sobre questões de segurança e estabilidade estratégica", mas "apenas em pé de igualdade, respeitando os interesses de cada um".

Elogiou ainda a estabilidade, um argumento central apresentado pelo Kremlin há vários anos para justificar a política de Putin e, em especial, a ausência de uma oposição tolerada no país.

Putin afirmou aos presentes que irá fazer "tudo o que for possível" e "tudo o que estiver ao seu alcance" para manter "a confiança" que lhe foi depositada.

"Somos uma única e grande nação e juntos venceremos todos os obstáculos, implementaremos e realizaremos tudo aquilo com que sonhamos. Juntos venceremos", terminou, rodeado de aplausos, uma salva de tiros e música. 

Por fim, Putin abandonou o palácio ao som do hino nacional russo e de uma salva de palmas dos dignitários escolhidos que estão na plateia, num total de cerca de 2.500 pessoas, incluindo a elite política russa e militares que participam na guerra contra a Ucrânia.

Depois da posse, Putin deslocou-se a uma das catedrais adjacentes ao grande palácio no centro da cidade de Moscovo.

Responsáveis ocidentais ausentes (incluindo Portugal)

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, minimizou a ausência de representantes diplomáticos e responsáveis ocidentais na tomada de posse do presidente russo. "Não creio que isto seja motivo para retaliar", assegurou o porta-voz, minimizando o facto de, depois de terem sido convidados vários representantes europeus e dos Estados Unidos, "após longas e intensas consultas com as suas capitais, estes terem decidido não comparecer".

De acordo com fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Governo português não se fez representar na cerimónia oficial, que decorreu hoje de manhã no Grande Palácio do Kremlin.

O dia de hoje marca a sua terceira tomada de posse consecutiva - e a quinta no total - como presidente da Rússia. O seu novo mandato prolongar-se-á pelo menos até 2030.

Contudo, na sequência de uma alteração constitucional adotada em 2020, Vladimir Putin poderá, se o desejar, permanecer no poder durante mais seis anos, até 2036, quando completar 84 anos.

[Notícia atualizada às 12h33]

Leia Também: Borrell diz que seria uma contradição assistir à tomada de posse de Putin

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