"Este novo montante vem juntar-se ao financiamento humanitário da Comissão Europeia para o Sudão em 2023, que totalizou 128 milhões de euros", disse o PAM no comunicado de imprensa.
Desde o início do conflito, em abril do ano passado, o PAM prestou ajuda alimentar de emergência a 6,4 milhões de pessoas, 550.000 das quais receberam ajuda monetária, e tratou e preveniu a subnutrição de 260.000 pessoas mais vulneráveis (crianças, mulheres grávidas ou lactantes), num esforço que contou com um financiamento, em 2023, da UE, através das Operações de Ajuda Humanitária (ECHO), de 28 milhões de euros.
"No meio da escalada dos conflitos e do aumento da fome, é fundamental dispor de financiamento suficiente para responder às crescentes necessidades humanitárias. Estamos extremamente gratos à União Europeia pela sua contribuição, que nos ajudou a salvar vidas durante esta crise", afirmou o diretor e representante do PAM no Sudão, Eddie Rowe, citado no comunicado.
O PAM tem vindo a alertar para a possibilidade de o Sudão se tornar na maior crise de fome do mundo durante a próxima estação seca, que começa em maio e se prolonga até outubro.
Atualmente, durante a época das colheitas, um número recorde de 17,7 milhões de pessoas já enfrentam uma insegurança alimentar aguda, enquanto quase 5 milhões de pessoas estão "a um passo da fome", referiu.
"Prevê-se que a situação de insegurança alimentar se agrave ainda mais nos próximos meses, a menos que sejam tomadas medidas urgentes para apoiar as pessoas que enfrentam os níveis mais elevados de fome", declarou.
"Enquanto o PAM trabalha para intensificar as suas operações a fim de evitar o risco de uma catástrofe humanitária, o apoio de parceiros como a UE - um dos nossos parceiros mais generosos no Sudão - continua a ser fundamental para os esforços do PAM", concluiu.
A guerra eclodiu em 15 de abril de 2023 entre as forças leais ao chefe do exército e presidente do Conselho Soberano do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, e as de Mohamed Hamdane Daglo, seu antigo adjunto e comandante das paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O conflito já causou milhares de mortes, destruiu as já precárias infraestruturas do Sudão e deslocou mais de 8,5 milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas.
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