Taiwan denuncia incursão de 11 navios chineses nas águas de Kinmen

Taiwan denunciou hoje a incursão de 11 navios chineses em "águas restritas" das ilhas Kinmen, um arquipélago sob controlo taiwanês situado a 10 quilómetros da cidade chinesa de Xiamen.

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© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images

Lusa
10/05/2024 07:59 ‧ 10/05/2024 por Lusa

Mundo

Taiwan/China

O incidente ocorreu por volta das 15:00 (08:00 em Lisboa) de quinta-feira, quando duas frotas chinesas com diferentes tipos de embarcações entraram nessas águas, disse a Administração da Guarda Costeira de Taiwan (CGA), em comunicado.

A primeira, composta por sete embarcações de agências governamentais chinesas, incluindo o Departamento de Assuntos Marítimos e Pescas, operava a 7,4 quilómetros a sudoeste da baía de Liaoluo e participava em "exercícios marítimos" com três outras embarcações de pesca chinesas.

Simultaneamente, quatro navios da Guarda Costeira chinesa entraram em águas restritas a sul do arquipélago, enquanto um quinto permaneceu dentro dos limites dessas águas, indicou a CGA.

Em ambos os casos, as autoridades taiwanesas enviaram três barcos de patrulha para monitorizar as atividades dos navios chineses, recolher informações e enviar avisos via rádio, tendo conseguido retirá-los por volta das 16:30 (09:30 em Lisboa).

De acordo com a CGA, esta é a quarta vez que a Guarda Costeira chinesa navega nas águas de Kinmen, só em maio, e a primeira vez que opera em simultâneo com outros navios oficiais chineses na área.

"A China tem navegado repetidamente nestas águas a alta velocidade, o que tem prejudicado seriamente a paz, a estabilidade e a segurança da navegação entre os dois lados do estreito e ferido os sentimentos dos cidadãos de ambos os lados do estreito", referiu o comunicado oficial.

Na segunda-feira passada, a CGA expulsou mais quatro navios da Guarda Costeira chinesa que entraram nas águas restritas de Kinmen, um arquipélago situado a 180 quilómetros da ilha principal de Taiwan.

A tensão em torno das ilhas, onde vivem cerca de 100 mil taiwaneses, aumentou em 14 de fevereiro, quando uma lancha chinesa - sem certificado, nome ou número de registo portuário - entrou nas águas ao largo de Kinmen e dois dos quatro tripulantes foram mortos após uma perseguição pela Guarda Costeira de Taiwan.

Na sequência deste incidente, a China anunciou "patrulhas para proteger as vidas e os bens dos pescadores", o que tem resultado em incursões frequentes de navios na zona.

As ilhas Kinmen têm sido alvo de múltiplas disputas entre China e Taiwan ao longo das décadas, com destaque para o bombardeamento de 1958, quando os militares chineses abriram fogo sobre o arquipélago, durante a chamada segunda crise do estreito de Taiwan.

A presença destas duas frotas chinesas em torno das ilhas Kinmen ocorreu onze dias antes da tomada de posse do presidente eleito e atual vice-presidente de Taiwan, William Lai, considerado "um independentista" por Pequim.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo Governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território e não uma entidade política soberana.

Leia Também: Taiwan expulsa navios chineses que navegavam perto das Kinmen

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