Durante um telefonema, segundo o Ministério egípcio, os dois chefes de diplomacia abordaram as consequências humanitárias e de segurança "das operações militares israelitas na cidade palestiniana de Rafah", bem como o controlo da passagem fronteiriça homónima por Israel, que está a impedir a entrada de ajuda humanitária no enclave.
Shukri lembrou a Blinken que mais de 1,4 milhões de pessoas estão a ser gravemente afetadas "como resultado do encerramento da passagem de Rafah e da continuação dos ataques israelitas em grande escala", ao mesmo tempo que insistiu na necessidade de reabrir a passagem e de permitir a entrada de ajuda humanitária.
O chefe da diplomacia egípcia sublinhou "os graves riscos de segurança decorrentes da continuação das operações militares israelitas", alegando que essa iniciativa representa uma "séria ameaça associada à estabilidade da região".
Ambos os diplomatas destacaram a importância da abertura das passagens terrestres que ligam a Faixa de Gaza a Israel para permitir o acesso à ajuda humanitária em quantidades suficientes.
De acordo com estimativas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), cerca de 360 mil pessoas fugiram de Rafah desde a primeira ordem de evacuação emitida pelo Exército israelita há uma semana.
Durante o passado fim de semana, Israel expandiu a ordem de deslocamento de refugiados para outras áreas do centro de Rafah e, hoje mesmo, adicionou outros dois bairros localizados na metade ocidental.
De acordo com números do grupo islamita Hamas, mais de 35 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, morreram desde o início da guerra em Gaza, em 07 de outubro, e quase 79 mil ficaram feridas, às quais se somam cerca de 10 mil desaparecidos que se acredita estarem presos sob os escombros de edifícios destruídos pelos contínuos bombardeamentos.
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