Pais de 900 soldados israelitas pedem que IDF parem ataque a Rafah

O documento foi enviado ao ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e ao chefe do Estado-Maior das IDF, o tenente-general Herzi Halevi. "Os nossos filhos estão física e mentalmente exaustos", lamentam.

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Notícias ao Minuto
13/05/2024 17:37 ‧ 13/05/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Israel/Palestina

Os pais de mais de 900 soldados israelitas destacados na Faixa de Gaza pediram às Forças de Defesa de Israel (IDF) para parar a ofensiva em curso em Rafah, considerando que se trata de uma "armadilha mortal" para os filhos. 

"É evidente para qualquer pessoa de bom senso que, após meses de avisos e anúncios de uma incursão em Rafah, há forças do outro lado que se preparam ativamente para atacar as nossas tropas", afirmaram os pais numa carta enviada a 2 de maio, citada pelo The Guardian.

O carta foi inicialmente assinada pelos pais de cerca de 600 soldados, mas nos últimos dias assinaram os pais de mais 300 soldados. O documento foi enviado ao ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e ao chefe do Estado-Maior das IDF, o tenente-general Herzi Halevi. 

"Os nossos filhos estão física e mentalmente exaustos", acrescenta a carta. "E agora, tencionam enviá-los para esta situação perigosa? Isto parece ser nada mais nada menos do que imprudência".

Anat, mãe de um soldado, afirmou que a ofensiva em Rafah "é uma armadilha mortal" porque o "Hamas teve muito tempo para preparar o local para matar" os soldados israelitas. "Estamos muito preocupados e inquietos" acrescentou.

"Nos primeiros meses da guerra, apoiámos toda a operação. Não havia outra escolha senão lutar e livrarmo-nos do Hamas em Gaza. Mas nos últimos meses, percebemos que não existe um plano claro", disse a mulher.

Idit, mãe de um comandante israelita, afirmou que não é "contra a missão de combater o Hamas, mas entrar em Rafah não justifica essa missão" e revelou que o filho, apesar de não querer invadir Rafah, irá fazê-lo "porque é leal ao exército".

Sublinhe-se que, de acordo com estimativas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), cerca de 360 mil pessoas fugiram de Rafah desde a primeira ordem de evacuação emitida pelo Exército israelita há uma semana.

Durante o passado fim de semana, Israel expandiu a ordem de deslocamento de refugiados para outras áreas do centro de Rafah e, hoje mesmo, adicionou outros dois bairros localizados na metade ocidental.

De acordo com números do grupo islamita Hamas, mais de 35 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, morreram desde o início da guerra em Gaza, em 07 de outubro, e quase 79 mil ficaram feridas, às quais se somam cerca de 10 mil desaparecidos que se acredita estarem presos sob os escombros de edifícios destruídos pelos contínuos bombardeamentos.

Leia Também: Egito avisa EUA sobre ameaça das operações de Israel em Rafah

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