O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs, no domingo, a demissão do ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu. O anúncio acontece mais de dois anos após o início da invasão da Ucrânia e inclui ainda a proposta de Andrei Belousov, vice-primeiro-ministro russo, para o cargo que Shoigu ocupa desde 2012.
A decisão apanhou muitos de surpresa dado que Shoigu é um dos maiores aliados de Vladimir Putin, pelo que a BBC decidiu analisar os motivos desta tomada de posição, que segundo a emissora britânica faz recordar que Putin é o rei e senhor de todas as decisões que envolvem o seu país.
A demissão e o novo cargo
Depois de propor a demissão de Sergei Shoigu, Vladimir Putin assinou um decreto a nomeá-lo o novo secretário do conselho de segurança nacional da Rússia. Apesar de permanecer ligado à defesa do país, a mudança é tudo menos uma promoção, escreve a BBC.
Então porque quis Putin livrar-se de um dos seus maiores aliados, há 12 anos no mesmo cargo, e seu companheiro em algumas da suas tarefas diárias mais intimas como ir à pesca, caça ou andar de cavalo?
Putin e Shoigu, em 2008© Getty Images/ALEXEY DRUZHININ/RIA NOVOSTI/AFP
A demissão não deveria ser uma surpresa, até porque recentemente o vice-ministro da Defesa russo Timur Ivanov, responsável por projetos de construção militares, foi detido e acusado de aceitar subornos em grande escala, colocando este ministério sob polémica.
Porém, para a BBC a mudança pode não estar tanto relacionada com Shoigu mas sim com o nome que se segue.
Um economista para liderar a Defesa
Para a BBC a explicação para esta substituição está no facto de o novo ministro da Defesa ser um conceituado economista, e no facto de este ministério estar a gastar muito dinheiro com o conflito contra a Ucrânia.
As despesas com a defesa na Rússia representam, atualmente, cerca de 7% do PIB do país.
Assim, existe uma lógica em ter um ministro da Defesa que entenda de finanças, planeamento económico e necessidade de eficiência.
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