Ucrânia. Putin agradece a Xi iniciativas para "resolver" conflito

O Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu hoje a Xi Jinping as iniciativas da China para resolver o conflito na Ucrânia, num encontro em Pequim, no qual o líder chinês disse esperar que a Europa regresse à paz.

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Lusa
16/05/2024 09:43 ‧ 16/05/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Putin garantiu que vai informar Xi em pormenor sobre a "situação na Ucrânia" e afirmou que o seu país "está grato pela iniciativa dos colegas e amigos chineses para resolver a situação".

"A China espera que a Europa regresse rapidamente à paz e à estabilidade e vai continuar a desempenhar um papel construtivo nesse sentido", apontou Xi.

Os dois líderes assinaram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da parceria estratégica abrangente entre as duas nações, após uma reunião à porta fechada.

Xi afirmou que China e Rússia vão continuar a manter uma relação que não constitui uma aliança, mas que nega a confrontação.

Pequim, que aprofundou os laços com Moscovo desde o início do conflito, apelou à realização de uma conferência internacional "reconhecida tanto pela Rússia como pela Ucrânia", para retomar o diálogo.

O primeiro ponto do plano chinês destacou a importância de "respeitar a soberania de todos os países", numa referência à Ucrânia. "O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado", lê-se na proposta.

Mas o Governo chinês apelou ainda ao fim da "mentalidade da Guerra Fria" -- um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos.

"A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares", lê-se, numa crítica implícita ao alargamento da NATO. "Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente".

Xi afirmou que os dois países estão a aprofundar as suas relações como "bons vizinhos, bons amigos, bons parceiros", ecoando o seu compromisso com a amizade "sem limites" que proclamaram em 2022, pouco antes de a Rússia lançar a invasão.

Pequim é agora o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, que incluem bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho.

Citado pela agência noticiosa estatal russa RIA-Novosti, Putin afirmou que as relações Rússia - China "não são dirigidas contra ninguém".

"A nossa cooperação nos assuntos mundiais é hoje um dos principais fatores de estabilização do cenário internacional", realçou.

Na véspera da visita, Putin afirmou, numa entrevista à imprensa oficial chinesa, que o Kremlin quer negociar uma solução para o conflito na Ucrânia.

"Estamos abertos a um diálogo sobre a Ucrânia, mas essas negociações devem ter em conta os interesses de todos os países envolvidos no conflito", afirmou.

A deslocação do líder russo ocorre numa altura em que as forças do seu país têm vindo a intensificar uma ofensiva na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, que teve início na semana passada, na incursão fronteiriça mais significativa desde o início da invasão em grande escala.

Juntamente com os esforços de Moscovo para aproveitar os seus ganhos na região vizinha de Donetsk, a guerra de dois anos entrou numa fase crítica para as forças armadas ucranianas, que aguardam novos fornecimentos de mísseis antiaéreos e cartuchos de artilharia dos Estados Unidos.

"Estamos a procurar uma solução abrangente, sustentável e justa para este conflito", afirmou Putin, citado pela Xinhua.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que as negociações devem incluir a restauração da integridade territorial da Ucrânia, a retirada das tropas russas, a libertação de todos os prisioneiros, a criação de um tribunal para julgar os responsáveis pela agressão e garantias de segurança para a Ucrânia.

Leia Também: Xi e Putin de acordo sobre soluções para conflitos na Ucrânia e Palestina

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