Elefante eutanasiada aos 52 anos. Não tinha "interesse em levantar-se"

O santuário, que abriga apenas elefantes fêmeas, adiantou que parte da rotina do animal passava por "receber analgésicos três vezes ao dia".

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© Santuário de Elefantes Brasil (SEB)

Notícias ao Minuto
16/05/2024 23:26 ‧ 16/05/2024 por Notícias ao Minuto

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Uma elefante de 52 anos foi eutanasiada na noite de quarta-feira, no Santuário de Elefantes Brasil (SEB), na região de Mato Grosso, depois de não ter mostrado "qualquer interesse em levantar-se novamente".

"É com tristeza que anunciamos que a nossa amada Lady faleceu tranquilamente na noite de quarta-feira, 15 de maio. Ela foi humanamente eutanasiada depois de se deitar e não demonstrar qualquer interesse em levantar-se novamente. Não há registos do seu nascimento, mas acreditamos que ela tinha aproximadamente 52 anos", anunciou a entidade, esta quinta-feira, nas redes sociais.

O santuário, que abriga apenas elefantes fêmeas, adiantou que parte da rotina do animal passava por "receber analgésicos três vezes ao dia".

"Uma pessoa da equipa estava com ela às 22h00 de segunda-feira e ela estava parada ao lado da grande e linda árvore no primeiro recinto do habitat para machos asiáticos; ela costumava encostar a parte traseira no tronco da árvore e dormir. Às 6h00, ela foi encontrada deitada no segundo recinto do mesmo habitat. Verificámos para ter certeza de que ela estava viva, mas ela estava parada e quieta e não deu qualquer indicação de que queria fazer outra coisa senão ficar onde estava", complementou o centro.

Lady, que vivia no local há quatro anos, após ter sido resgatada de um circo, em 2013, e de ter passado para um jardim zoológico na Paraíba, sofria de osteomielite, que se trata de uma infeção no osso que provoca dores intensas e não tem cura.

"Há seis meses, quando surgiu a sua mais recente crise de inflamação, dava para perceber que a luta era diferente. Ela teve uma pequena recuperação quando começámos um remédio homeopático; ela conseguia dobrar os cotovelos e deitar-se novamente. Mas essa recuperação durou pouco e começou a tornar-se evidente que poderíamos não ver a recuperação que esperávamos. Na semana passada, vimos uma mudança maior e aquelas coisas que faziam dela a Lady estavam a começar a desaparecer lentamente", lamentou o santuário.

Apesar de ter recorrido a "especialistas de todo o mundo sobre os seus cuidados e tratamentos", as soluções foram sempre limitadas.

"As únicas razões para não respeitarmos o que Lady parecia dizer-nos seriam egoístas. Por mais difícil que seja a constatação, todos sabíamos que o problema não iria desaparecer. Mesmo que ela magicamente decidisse levantar-se, estaríamos na mesma situação numa semana, um mês ou possivelmente algumas horas", justificou ainda.

Agora, a equipa planeia que o seu local de "descanso" seja "fora das cercas do habitat, porque Lady estava sempre a ver o que havia além da próxima colina, vale ou clareira".

"Queremos homenagear a parte dela que queria uma vida que não a contivesse. Agora, o seu corpo e o seu espírito sabem exatamente isso", apontaram.

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