"Tinha dito publicamente que, se isto continuasse, seríamos obrigados a criar uma zona de segurança, uma zona sanitária. É isso que estamos a fazer", declarou em Harbin, China, citado pela agência francesa AFP.
A região de Kharkiv situa-se na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.
A capital da região, Kharkiv, é a segunda maior cidade da Ucrânia, com mais de 1,4 milhões de habitantes antes da guerra desencadeada com a invasão russa de fevereiro de 2022.
"No que diz respeito a Kharkiv, até à data não existem tais planos", disse Putin em resposta a uma pergunta sobre se a Rússia tenciona tomar a cidade ucraniana.
Putin responsabilizou Kiev pela ofensiva que as tropas russas lançaram na semana passada e que lhes permitiu tomar numerosas cidades a norte de Kharkiv.
"A culpa também é deles, que atacam e continuam, infelizmente, a atacar zonas povoadas nos territórios fronteiriços da Rússia", afirmou, segundo a agência espanhola EFE.
Em particular, denunciou que a artilharia ucraniana está a atingir zonas residenciais no centro da cidade de Belgorod, a mais visada desde o início da guerra russa contra a Ucrânia.
"Os civis vivem lá. Tudo é óbvio. Estão a disparar contra o centro da cidade, contra as zonas residenciais", afirmou Putin na cidade de Harbin, no nordeste da China, no final da visita ao país.
Por essa razão, as tropas russas estão a tentar criar "uma zona sanitária" para proteger as regiões fronteiriças da Rússia, insistiu o Presidente russo.
"É isso que estamos a fazer. Todos os dias [as tropas russas] estão a avançar como planeado", acrescentou.
Cerca de 20 pessoas foram mortas no domingo, num ataque a um edifício residencial na cidade russa de Belgorod.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu que a situação em Kharkiv era muito complicada, mas disse que Kiev não se podia dar ao luxo de perder a cidade para o inimigo russo.
O chefe do exército ucraniano, Oleksandr Sirski, reconheceu hoje que a ofensiva russa alargou a frente de guerra em mais 70 quilómetros.
"Eles não conseguiram romper as nossas defesas", disse Sirski, que avisou, no entanto, que "combates pesados" iriam continuar na nova frente.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede em Washington, calculou em oito quilómetros a distância a que a Rússia conseguiu penetrar no território ucraniano com a ofensiva na região de Kharkiv.
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