ONU diz que preço do ópio aumentou 900% entre 2022 e 2024 no Afeganistão

O preço do ópio no Afeganistão aumentou 900% no ano passado em relação a 2022, quando os talibãs proibiram o cultivo, avança um relatório hoje divulgado pelo Gabinete da ONU contra a Droga e o Crime (UNODC).

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Lusa
12/03/2025 13:04 ‧ 12/03/2025 por Lusa

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Afeganistão

Segundo a mesma fonte, o preço atingiu, no ano passado, 750 dólares (687 euros) por quilograma, sendo que em 2022 o preço era de 75 dólares (68 euros).

 

A redução drástica da produção levou a um declínio no tráfico de opiáceos, com as apreensões de heroína e ópio a caírem 50% desde 2021.

No entanto, apesar da redução do volume do tráfico de droga, o elevado preço por quilo continua a proporcionar enormes lucros e a beneficiar principalmente o crime organizado, refere o estudo.

No final de 2022, o Afeganistão tinha reservas de ópio estimadas em 13.200 toneladas, o suficiente para satisfazer a procura afegã de opiáceos até, pelo menos, 2027.

Estas reservas, acumuladas antes da proibição, valem até 5,4 mil milhões de euros, o equivalente a quase um terço (29%) do Produto Interno Bruto (PIB) do Afeganistão em 2023.

"O aumento do preço do ópio e a existência de grandes reservas indicam que o tráfico de droga no Afeganistão continua a ser um negócio muito lucrativo", afirmou a diretora do UNODC, Ghada Waly, citada no mesmo relatório.

"Os lucros estão a ser canalizados para grupos de crime organizado transnacional, desestabilizando o Afeganistão", acrescentou, sublinhando ser necessário "uma estratégia coordenada que ataque as redes de tráfico e, ao mesmo tempo, invista em alternativas económicas viáveis para os agricultores".

Em 2022, apenas 30% das reservas de ópio estavam nas mãos de pequenos agricultores.

Segundo a análise, estes dados indicam que a maioria dos agricultores que cultivavam ópio está agora a passar por dificuldades económicas e necessita de alternativas para evitar um possível regresso ao cultivo da papoila.

A redução do fornecimento de ópio pode encorajar os traficantes a recorrer a drogas alternativas, potencialmente mais perigosas do que a heroína, como o fentanil e outros opioides sintéticos.

Ao contrário dos opiáceos, o fornecimento de metanfetaminas no Afeganistão parece não ser afetado pela proibição de drogas adotada pelos talibãs.

As apreensões destes estimulantes sintéticos aumentaram 75% desde que os talibãs assumiram o poder, em 2021, e os preços das metanfetaminas permaneceram estáveis.

Leia Também: Cheias provocam 39 mortos no Afeganistão

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