Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), que cita a família da detida, o julgamento deverá ter início no domingo e relaciona-se com uma mensagem áudio que a ativista partilhou, em abril, com os apoiantes a partir da prisão onde se encontra detida desde o final de 2021, na qual denunciava uma "guerra em grande escala contra as mulheres" na República Islâmica.
O Ministério Público acusou-a de "propaganda contra o regime" e as autoridades judiciais iranianas não comentaram o caso.
Ainda de acordo com a família, Mohammadi defendeu que o julgamento deveria ser aberto ao público para que "as testemunhas e sobreviventes possam testemunhar as agressões sexuais cometidas pelo regime da República Islâmica contra as mulheres" nas prisões iranianas.
Na sua mensagem, a ativista e jornalista detida na prisão de Evine, em Teerão, exortou as mulheres iranianas a partilharem nas redes sociais os factos sobre as suas detenções e as agressões sexuais perpetradas pelas autoridades.
Citou o caso de Dina Ghalibaf, uma jornalista e estudante que, segundo organizações não-governamentais (ONG) foi detida depois de ter acusado as forças de segurança, nas redes sociais, de a terem algemado e agredido sexualmente durante uma anterior detenção. Ghalibaf foi posteriormente libertada.
Nas últimas semanas, as autoridades iranianas intensificaram a repressão sobre as mulheres, nomeadamente através da utilização de videovigilância. Desde a Revolução Islâmica de 1979, as mulheres no Irão são obrigadas a respeitar um código de vestuário rigoroso, incluindo o uso do véu em locais públicos.
Detida desde novembro de 2021, Mohammadi não vê o marido e os filhos gémeos, que vivem em Paris há vários anos. A ativista, de 52 anos, foi repetidamente condenada e presa nos últimos 25 anos pela sua campanha contra o uso obrigatório do véu pelas mulheres e a pena de morte.
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