"A guerra em Gaza ceifou e continua a ceifar a vida de milhares de pessoas, o que exige a união de esforços a nível internacional", disse o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, durante um fórum de segurança em Doha.
Abdulrahman é também ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar e um dos principais mediadores entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas, em guerra há mais de sete meses.
"A História provou que qualquer conflito traz consigo problemas acrescidos, como os refugiados, a imigração ilegal e o extremismo, que se alimentam do desespero e da falta de esperança num futuro melhor", disse Abdulrahman, citado pela agência espanhola EFE.
Abdulrahman alertou ainda para o impacto da "guerra de Israel nos territórios palestinianos ocupados, nomeadamente em Gaza", nas cadeias de abastecimento e na economia mundial.
"Qualquer catástrofe tem repercussões nas cadeias de abastecimento mundiais, como aconteceu no caso da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e agora estamos a assistir a isso no sul do Mar Vermelho", afirmou.
Durante os dois dias do fórum em Doha, funcionários e especialistas de vários países irão realizar "discussões aprofundadas sobre uma variedade de questões de segurança global", de acordo com a imprensa do Qatar.
O país árabe tem alertado que o conflito em Gaza "está a alastrar a toda a região" e voltou a insistir na necessidade de uma ação conjunta para o travar.
Além de soluções de segurança, o Qatar defendeu "soluções morais que permitam aplicar os mesmos princípios a todos sem discriminação".
A guerra em curso foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que provocou mais de 35.400 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas.
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