Centenas de reféns resgatados dos extremistas do Boko Haram na Nigéria

Centenas de reféns, na maioria crianças e mulheres mantidos em cativeiro pelos extremistas do Boko Haram no nordeste da Nigéria, foram resgatados de um enclave florestal e entregues às autoridades, informou o exército.

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Lusa
21/05/2024 14:33 ‧ 21/05/2024 por Lusa

Mundo

Nigéria

Os 350 reféns tinham sido mantidos na floresta de Sambisa, um esconderijo para o grupo extremista que lançou uma insurreição em 2009, disse o Major-General Ken Chigbu, um oficial sénior do exército nigeriano, na segunda-feira, enquanto os apresentava às autoridades em Borno, onde se situa a floresta.

As 209 crianças, 135 mulheres e seis homens pareciam exaustos com as suas roupas gastas, segundo a agência de notícias Associated Press (AP). Algumas das raparigas tinham bebés que se acredita terem nascido de casamentos forçados, como acontece frequentemente com as vítimas femininas que são violadas ou forçadas a casar com os militantes enquanto estão em cativeiro.

Uma das reféns tinha sete filhos e contou que ela e outras pessoas não puderam escapar por causa dos filhos.

"Sempre quis fugir, mas não podia por causa das crianças", disse Hajara Umara, que foi resgatada juntamente com os filhos. "Se te apanhassem a tentar fugir, torturavam-te e prendiam-te indefinidamente", acrescentou.

O exército disse que os reféns foram resgatados durante uma operação militar que durou um dia inteiro na floresta de Sambisa, que já foi uma reserva florestal movimentada que se estende ao longo da fronteira com os Camarões e o Níger, mas que agora serve como um enclave a partir do qual o Boko Haram e as suas fações separatistas levam a cabo ataques que também visam pessoas e forças de segurança nos países vizinhos.

Os reféns libertados foram transportados em camiões para a sede do Governo do estado de Borno, onde as autoridades tomarão conta deles até regressarem a casa.

Alguns extremistas foram mortos durante a operação de salvamento e as suas casas improvisadas foram destruídas, informou o exército.

O Boko Haram, os rebeldes terroristas da Nigéria, lançaram a insurreição em 2009 com o objetivo de estabelecer a lei islâmica da 'sharia' no país.

De acordo com as agências da ONU na Nigéria, pelo menos 35.000 pessoas foram mortas e 2,1 milhões deslocadas em resultado da violência extremista.

Pelo menos 1.400 estudantes foram retiradas das escolas nigerianas desde que o rapto, em 2014, de 276 raparigas por militantes do Boko Haram na aldeia de Chibok, no estado de Borno, chocou o mundo.

Nos últimos anos, os raptos têm-se concentrado nas regiões do noroeste e do centro do país, assoladas por conflitos, onde dezenas de grupos armados visam frequentemente aldeões e viajantes em troca de resgate.

Leia Também: Boko Haram mantém em cativeiro 89 nigerianas de Chibok dez anos depois

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