Os exercícios de dois dias, que começaram na manhã de quinta-feira, visam testar a "capacidade de tomar o poder e realizar ataques conjuntos, bem como controlar territórios chave", disse o porta-voz do teatro de operações oriental do Exército chinês, Li Xi.
Na quinta-feira, o exército disse que as manobras estão a decorrer "no Estreito de Taiwan, a norte, sul e leste da ilha de Taiwan, bem como nas zonas em torno das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin", que se situam na proximidade imediata da costa oriental chinesa.
Li Xi descreveu então os exercícios como uma "punição severa para os atos separatistas das forças da 'independência de Taiwan' e uma advertência severa contra a interferência e provocação de forças externas".
O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan disse na quinta-feira que enviou "forças marítimas, aéreas e terrestres em resposta (...) para defender a liberdade, a democracia e a soberania" da ilha e garantiu que "todos os oficiais e soldados do exército nacional estão preparados para a guerra".
As manobras começaram três dias após o discurso de tomada de posse do novo Presidente de Taiwan, William Lai Ching-te, no qual defendeu que Pequim tem de "enfrentar a realidade da existência da República da China", o nome oficial de Taiwan.
O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.
William Lai garantiu na quinta-feira que o território vai "defender os valores da liberdade e da democracia".
"Estarei na linha da frente com os nossos irmãos e irmãs do Exército para defendermos juntos a segurança nacional", afirmou Lai, durante um evento realizado numa base militar.
"Face aos desafios e ameaças externas, continuaremos a defender os valores da liberdade e da democracia e a preservar a paz e a estabilidade na região", acrescentou.
A União Europeia (UE) rejeitou na quinta-feira qualquer alteração pela força da situação no Estreito de Taiwan e manifestou a sua oposição a ações unilaterais com esse objetivo, numa referência aos exercícios militares da China na região.
Também o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou na quinta-feira à contenção no Estreito de Taiwan e pediu às várias partes para se "absterem de qualquer ação que possa agravar as tensões".
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