"Enquanto Turquia, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para chamar à responsabilidade estes bárbaros e assassinos que nada têm a ver com a humanidade", afirmou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O líder turco referia-se a um ataque israelita a um campo de deslocados no noroeste de Rafah que causou 50 mortos, segundo o governo do grupo extremista palestiniano Hamas em Gaza.
O exército israelita confirmou o ataque dos aviões à zona de Tal al-Sultan, "com base em informações precisas" e visando dois altos responsáveis do Hamas, Yassin Rabia e Khaled Nagar.
"Este massacre, que teve lugar depois de o Tribunal Internacional de Justiça [TIJ] ter exigido o fim dos ataques, revelou mais uma vez a face cruel e traiçoeira do Estado terrorista", afirmou Erdogan.
"Tal como Hitler, Milosevic [presidente da antiga Jugoslávia], Karadzic [líder sérvio da Bósnia] e outros faraós da História que admiram, não poderão evitar ser amaldiçoados", acrescentou.
O TIJ ordenou na sexta-feira a Israel que cessasse de imediato os ataques em Rafah e permitisse a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza sem quaisquer restrições.
As decisões do tribunal da ONU, com sede em Haia, nos Países Baixos, são vinculativas, mas o TIJ não tem meios para as fazer cumprir.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) denunciaram hoje o bombardeamento israelita como uma "noite sangrenta e aterradora".
"Houve ataques a um campo de civis na zona de Tal al-Sultan, onde os MSF têm um centro de estabilização para os feridos", declarou a coordenadora médica da organização em Gaza, Martina Marchio, num comunicado.
Marchio disse que, em consequência dos "múltiplos bombardeamentos" em Rafah, os trabalhadores da MSF receberam 28 mortos e uma centena de feridos.
"Estamos horrorizados com estes últimos acontecimentos, que mostram, mais uma vez, que não há lugar seguro em Gaza", afirmou, citada pela agência espanhola EFE.
A UNRWA disse nas redes sociais que os ataques contras "famílias que procuram refúgio" são aterradores.
"Gaza é o inferno na terra. As imagens de ontem [domingo] à noite são mais uma prova disso", afirmou a agência da ONU.
Israel e o Hamas estão em guerra desde um ataque do grupo palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, ter causado cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades de Telavive.
A ofensiva israelita na Faixa de Gaza, lançada após o ataque, provocou quase 36.000 mortos, segundo o Hamas.
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